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Em sabatina, Datena erra sobre educação e candidaturas barradas de Marçal

Datena (PSDB) participou da sabatina UOL/Folha Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução

Do UOL e colaboração para o UOL

13/09/2024 16h22

Em sabatina do UOL com a Folha de S. Paulo, o candidato à Prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) errou ao citar dados sobre educação, ônibus elétrico e o fim da escravidão no Brasil.

Ele também foi impreciso ao falar das candidaturas indeferidas de seu adversário Pablo Marçal (PRTB) em 2022.

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Confia a seguir a checagem feita pelo UOL Confere:

A gente [São Paulo] já paga R$ 22.000 por aluno. Sabe quanto paga o Ceará, que está muito melhor qualificado que a gente? R$ 5.000 por aluno. O Rio de Janeiro, R$ 8.000 e consegue índices de alfabetização que não conseguia há muito tempo.

IMPRECISO. Os gastos por aluno nessas três cidades são diferentes dos declarados por Datena. Em São Paulo, ficou em R$ 20.459,82 no ano passado. Já o Rio de Janeiro desembolsa R$ 10.198,92 por aluno, enquanto Fortaleza, capital do Ceará, gasta R$ 10.959,18. (aqui e aqui - na aba "Orçamento - investimento").

De 13 mil ônibus, 380 são ônibus elétricos.

IMPRECISO. De fato, há 13.281 ônibus na capital paulistana, segundo dado de agosto deste ano (aqui). Porém, o número de coletivos elétricos é maior do que o informado por Datena. Em nota ao UOL Confere, a SPTrans informou que a frota é composta por 408 veículos movidos a energia elétrica. Desses, 201 são trólebus e 207 a bateria.

Para um estado [São Paulo] que não atinge nem 7% da meta de 25% de escolas em período integral.

IMPRECISO. Apesar de ter dito "estado", Dantena depois deixou claro que se referia à capital paulista ao dizer que acha "que São Paulo é um estado dentro de um estado". Sobre o dados, ao contrário do que disse o candidato, a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é de "oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos(as) alunos(as) da educação básica" até 2024 (leia aqui). Ou seja, a meta é de 50% das escolas, e não 25%, porcentagem esta que se refere aos alunos.

Já o 7% citados pelo candidato está perto da realidade, se não levar em conta as creches. Segundo dados levantados pela ONG Todos pela Educação, na média, 38% das matrículas na rede municipal de São Paulo são de alunos em tempo integral (aqui). Nas creches, esse número chega a 100%. Nos demais segmentos as porcentagens são: pré-escola (11%), anos iniciais (8%) e anos finais (4%).

Já o Censo Escolar 2023 (aqui) traz outros dados. Sem contar as creches, o percentual de alunos em tempo integral é de 5,7%. De acordo com os dados as porcentagens são: pré-escola (4,4%), anos iniciais (7,8%), anos finais (4,2%) e ensino médio (39,2%).

Brasil foi o penúltimo país do mundo a acabar com a escravidão. O último foi Macau.

FALSO. A abolição da escravidão no Brasil ocorreu em 1888 (aqui), mas o país não foi o penúltimo do mundo a fazer isso nem Macau foi o último. O último foi a Mauritânia, em 1981 (aqui). O penúltimo foi a Arábia Saudita em 1962, e antes o Marrocos em 1956. O Brasil foi o último país no Ocidente a adotar e medida (aqui).

Ele [Marçal] já teve registro indeferido de candidato a presidente da República e deputado mais ou menos por esse tipo de coisa [suspeita no financiamento da campanha]

IMPRECISO. Pablo Marçal teve o registro de candidatura indeferido pelo TSE quando tentou concorrer à Presidência e a deputado federal em 2022, mas não por causa de financiamento de campanha. O indeferimento da sua campanha presidencial ocorreu porque os ministros consideraram válida a anulação da convenção partidária do então Pros que escolheu Marçal como candidato. O partido retirou a candidatura dele. Em seguida, ele tentou concorrer a deputado federal, e o motivo do indeferimento foi também questões referentes a escolha da candidatura dele pelo partido.

Marçal, no entanto, é investigado por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e apropriação indébita eleitoral por causa da sua candidatura à presidência em 2022. Segundo a PF, ele e seu sócio, Marcos Oliveira, fizeram doações de R$ 1,7 milhão à campanha e usaram esses recursos para contratar serviços de suas próprias empresas.

Ele também teve as contas da sua candidatura a deputado federal reprovadas pelo TRE-SP.

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