Áudio vazado de Antônia Fontenelle não era para Bolsonaro

É falso que áudio vazado de Antônia Fontenelle tenha sido para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao contrário do que afirmam posts nas redes sociais.
O conteúdo original foi divulgado pela coluna da jornalista Fábia Oliveira no site Metrópoles em abril de 2023. No áudio, Fontenelle se referia ao presidente estadual do partido Republicanos, e reclamava de verbas para sua campanha à deputada federal. Ela concorreu pelo partido no Rio em 2022 e não foi eleita.
O que diz o post
Post usa áudios vazados de Antônia Fontenelle em 2023 em que ela reclamava sobre gastos da sua campanha eleitoral à deputada federal em 2022. O conteúdo é compartilhado com as seguintes frases sobrepostas: "Vaza áudio de Antônio Fontenelle da Jovem Pan para Bolsonaro: Menos de 500 mil não dá nem para eu me mexer. Eu caí no conto do vigário. Eu estou endividada."
Na gravação, ela cita a produção de um livro, diz que está sendo cobrada por uma livraria, e que o recurso para a produção desses livros não pode sair dos gastos de campanha dela.
Por que é falso
Áudio é antigo e não era para Bolsonaro. Em uma pesquisa no Google com os termos "antonia fontenelle dinheiro campanha livraria áudio" é possível encontrar reportagens do Metrópoles (aqui), do Estado de Minas (aqui) e do Correio Braziliense (aqui) que citam o caso. Os áudios foram divulgados em abril de 2023 inicialmente pela coluna de Fábia Oliveira no Metrópoles. Na ocasião, quando Antônia Fontenelle dizia "presidente" no áudio, ela se referia ao presidente estadual do Republicanos, partido pelo qual concorreu à deputada federal pelo Rio em 2022 (aqui), o deputado Luis Carlos Gomes.
Fontenelle publicou vídeo após áudio vazado. No Youtube, a influenciadora publicou um vídeo com o título "Minha resposta ao meu áudio vazado" em que ela se justifica (veja aqui). Fontenelle disse que procurou "Luizinho, ex-presidente do Republicanos" para ajudá-la na distribuição de livros sobre educação financeira, meio ambiente e moral e cívica. Segundo a influenciadora, ela havia se comprometido com uma editora para distribuir esses livros para crianças na campanha, mas não conseguiu dar prosseguimento ao projeto (aqui) e pediu ajuda ao governador do Rio, Cláudio Castro (PL).
Fontenelle disse que não podia distribuir o livro durante a campanha para não caracterizar compra de votos. "Uma vez candidata, não posso mais distribuir esses livros de forma gratuita, pois daria conotação de compra de votos. Paramos a produção, mas eu não me conformava de parar esse projeto. Pedi o meu presidente do partido: 'Me leve ao governador Claudio Castro. Porque preciso pedir essa ajuda para o governo para a gente dar um jeito de distribuir esses livros, logo após a minha campanha, eu perdendo ou ganhando. A minha parte dá em torno de R$ 500 mil para fazer esses R$ 60 mil de cada um", afirma.
Viralização. Um post no Instagram com o conteúdo desinformativo registrava mais de 5.000 curtidas.
Este conteúdo também foi verificado por Reuters.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
Siga também o canal do UOL Confere no WhatsApp. Lá você receberá diariamente as checagens feitas pela nossa equipe. Para começar a seguir, basta clicar aqui e ser redirecionado.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.