Lula não determinou fornecimento de carne de jumento para detentos

É falso que o presidente Lula (PT) tenha determinado que presos ou a população em geral consumam carne de jumento.

Publicações nas redes sociais usam trecho de uma reportagem de 2014 sobre a proposta de um promotor de Justiça do município de Apodi, no Rio Grande do Norte, sem nenhuma elação com o governo federal, para enganar usuários com legenda falsa.

Os posts comparam a notícia com a proposta de campanha do petista, que dizia que a população voltaria a comer picanha caso ele fosse eleito.

O que diz o post

Publicações usam uma matéria de 2014 de um telejornal da TCM Notícia, do Rio Grande do Norte, com a legenda "Lula vai trocar a picanha pelo jumento".

Por que é falso

Reportagem é de 2014 e não era sobre o governo federal. No próprio trecho da notícia usada no vídeo enganoso é possível identificar que a fonte da informação é o Ministério Público. Em uma busca no Google por termos como "ministério público", "apodi" e "carne de jumento" é possível encontrar reportagens sobre o assunto no UOL (aqui), no g1 (aqui) e no Jornal Nacional (aqui).

Proposta foi de promotor de Apodi (RN). Segundo as notícias da época, o então promotor do município de Apodi, Sílvio Ricardo Brito, sugeriu o consumo da carne de jumento como uma solução para o abandono de animais nas estradas, que estava causando muitos acidentes nas rodovias. Para defender a ideia, Sílvio ofereceu um almoço na cidade com pratos preparados com carne de jumento. A proposta gerou polêmica e reação de organizações de defesa dos animais.

Carne de jumento em presídios e na merenda escolar. A sugestão de levar o alimento aos presídios foi citada pelo promotor nas entrevistas, como registrou o repórter do UOL Carlos Madeiro em março de 2014. Segundo o texto, Sílvio disse que, dependendo da aceitação, a carne de jumento poderia ser servida para detentos e até mesmo na merenda escolar. "Dependendo da receptividade, vamos trabalhar para ver como a gente consegue inserir esse alimento a outros públicos, mas sem obrigar ninguém a nada", disse o promotor.

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Abate de jumentos gera disputa judicial e risco de extinção. Atualmente, os jumentos são abatidos para exportar o couro para a China e a carne para o Vietnã. Entidades que atuam em defesa dos animais questionam a prática.

O UOL Confere procurou o Ministério da Agricultura e Pecuária, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

Este conteúdo também foi verificado por AFP, Reuters e Lupa.

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