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As principais perguntas sobre a tragédia de Mariana (MG) 30 dias depois

Isac Kosminsky/Framephoto/Estadão Conteúdo
Imagem: Isac Kosminsky/Framephoto/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

05/12/2015 06h00

Nem deu tempo para sentir medo. As pessoas ouviram o barulho e já pressentiram o que era. A maioria pegou o que deu e escapou, avisando vizinhos e amigos. O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), derramou lama em vários subdistritos da cidade, arrasando-os e praticamente acabou com o rio Doce -- os detritos chegaram até o oceano Atlântico pelo rio, no Espírito Santo. 

Um mês após a tragédia, saiba como está Mariana e algumas cidades de Minas e Espírito Santo, o que está sendo feito para reparar os danos e como estão sobrevivendo os que tiveram suas casas destruídas por meio de 11 perguntas e respostas.

Mariana, um mês: devastação e desolação

  • Ricardo Moraes/Reuters

    Qual foi o maior impacto da lama no Espírito Santo?

    Até o momento, a pesca foi a atividade mais atingida, tanto no rio Doce como na foz do rio, no encontro com o Atlântico. Produtores rurais também tiveram impacto negativo nas suas plantações e criações. Cidades capixabas ficaram sem abastecimento de água por causa da onda de lama. Leia mais

  • Fábio Braga/Folhapress

    Qual o impacto da lama no oceano Atlântico?

    Parte da orla da vila de Regência, em Linhares, no Espírito Santo, foi tomada pelos detritos, o que espantou os turistas das praias da região norte do Estado. Também obrigou o Projeto Tamar a retirar milhares de ovos de tartarugas marinhas das areias da costa e das imediações da foz do rio Doce. A área de manguezal foi atingida e a lama segue mar adentro. Leia mais

  • Rayder Bragon/UOL

    Quanto vai custar a recuperação dos locais atingidos em Minas Gerais?

    Uma estimativa prévia apenas da Prefeitura de Mariana calcula em R$ 100 milhões os danos só no município, o que representa um valor quatro vezes maior que os royalties anuais recebidos da Samarco. Especialistas acreditam que lugares como os subdistritos de Bento Rodrigues e Paracatu jamais serão recuperados. Leia mais

  • Associação dos Pescadores e Amigos do rio Doce

    Quais as consequências econômicas para as cidades mais afetadas?

    A mineração respondia pela maior parte da arrecadação de Mariana, fazendo a economia girar. Após o acidente, a atividade está paralisada na região. Segundo o prefeito de Mariana, a cidade "fecha as portas" sem a mineração.O comércio foi afetado, mas ainda funciona. Em outras cidades, como Governador Valadares (MG) e Colatina (ES), houve graves problemas no abastecimento de água, afetando diretamente o comércio e a pesca. Esta, aliás, deixou de existir em quase todas as cidades ao longo do rio Doce. Diversos produtores rurais tiveram prejuízos e até a produção de leite diminuiu. Nenhuma cidade divulgou qualquer estimativa a respeito do impacto no nível de emprego, mas cerca de 3.000 funcionários da Samarco estão de licença remunerada por causa da tragédia. Leia mais

  • Carlos Eduardo Cherem/UOL

    Quem já foi punido?

    Por enquanto, a mineradora Samarco só recebeu multas por conta do desastre. O governo federal, por meio do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), anunciou que pretende multar a empresa em R$ 250 milhões. O Ministério Público mineiro acertou com a Samarco a cobertura dos custos com hospedagem, alimentação e aluguel de casas para os desabrigados. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por sua vez, ordenou o bloqueio de R$ 300 milhões das contas da empresa paa custear eventuais indenizações. O governo federal anunciou que vai entrar com uma ação de R$ 20 bilhões contra a Samarco, Vale e BHP. Na sexta-feira (4), a Samarco assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que se compromete a manter o emprego dos seus funcionários até março de 2016 e pagar indenização para 11 mil ribeirinhos. Leia mais

  • Hugo Cordeiro/ Agência Nitro/ Estadão Conteúdo

    A lama das barragens é tóxica?

    A mineradora Semarco (responsável pelo local) garantiu que não há nada tóxico nos 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro liberados durante o acidente. Mas especialistas afirmaram que, apesar de o material não apresentar riscos à saúde humana, ele trará danos ambientais que podem se estender por anos. Para a ONU (Organização das Nações Unidas), no entanto, os dejetos são tóxicos. "Novos testes provam que o colapso de uma barreira de dejetos pertencente à joint-venture entre Vale y BHP Billiton (Samarco), que lançou 50 milhões de toneladas de resíduos de minério de ferro, jogou altos níveis de metais pesados tóxicos e outros produtos químicos tóxicos no rio Doce", afirmou o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU em um comunicado. A mineradora nega. Leia mais

  • Antonio Cruz/Agência Brasil

    Qual o volume de lama que vazou?

    De acordo com o Ibama, o volume extravasado foi estimado em 50 milhões de metros cúbicos, quantidade que encheria 20 mil piscinas olímpicas. Leia mais

  • Carlos Eduardo Cherem/UOL

    Quantas pessoas estão desabrigadas?

    Cerca de 600 habitantes dos subdistritos de Bento Rodrigues e Paracatu, em Mariana, que foram alojados em hotéis pagos pela Samarco. Eles estão sendo transferidos para imóveis alugados pela empresa. Até sexta-feira (4), cerca de 70 famílias teriam se transferido para as casas, segundo o Ministério Público de Minas Gerais. Leia mais

  • Ricardo Moraes/Reuters

    Quem administrava as barragens?

    A mineradora Samarco, que é uma joint venture entre a brasileira Vale e a anglo-australiana BHP. Leia mais

  • Moacyr Lopes Junior/Folhapress

    Quantas cidades foram afetadas?

    Mariana, Barra Longa e Ponte Nova, em Minas Gerais, foram as mais afetadas pela lama, que atingiu bairros e regiões centrais. Outros municípios, ao longo do rio Doce, sofreram com a lama e os detritos que desceram em direção ao oceano Atlântico, como as capixabas Colatina, Baixo Guandu e Linhares. Leia mais

  • Ricardo Moraes/Reuters

    Quantas pessoas morreram?

    Até a sexta-feira (4), 11 corpos foram identificados. As vítimas confirmadas são Emanuele Vitória Fernandes e Tiago Damasceno Santos, crianças moradoras do subdistrito de Bento Rodrigues, e os trabalhadores Cláudio Fiúza, Sileno Narkevicius de Lima, Mateus Márcio Fernandes, Waldemir Aparecido Leandro, Marcos Roberto Xavier, Marcos Aurélio Moura, Samuel Vieira Albino, Ednaldo Oliveira de Assis e Daniel Altamiro de Carvalho. Mas o número de mortos, são de 15. De acordo com a Prefeitura de Mariana, há quatro corpos ainda não identificados, e são oito os desaparecidos. Leia mais