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Suspeito de matar cartunista é preso em Foz do Iguaçu (PR)

Do UOL Notícias*<br>Em São Paulo

15/03/2010 09h00

O estudante Carlos Eduardo Sundfeld, 24, conhecido como Cadu e suspeito de ter matado na última sexta-feira (12) o cartunista Glauco Vilas Boas, 53, e o filho Raoni, 25, foi preso pela Polícia Federal, na madrugada de hoje (15). Ele foi localizado na Ponte da Amizade, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Ele está preso na sede da PF em Foz do Iguaçu, em uma cela individual. O delegado da PF em Foz, José Alberto Iegas, disse que ele já confessou o crime.

A polícia informou que houve troca de tiros antes da prisão do jovem. Um policial que estava de plantão na alfândega ficou ferido. Cadu tentava fugir para o Paraguai em um carro roubado no Estado de São Paulo.

Na perseguição, o suspeito conseguiu fugir, ficou desaparecido por mais de uma hora e tentou novamente atravessar a fronteira por volta da meia-noite, quando foi preso. Com ele a polícia encontrou uma pistola, supostamente a mesma usada para matar o cartunista e o filho dele.

O estudante foi autuado por tentativa de homicídio, por ter tentado matar um policial federal, e de acordo com o delegado, quem decidirá se ele permanece preso em Foz ou se será transferido para São Paulo, onde ocorreu o crime, será a Justiça Federal. O mais provável, conforme explicou o delegado, é que o suspeito seja transferido da sede da PF para uma delegacia de Foz do Iguaçu. Além da arma, ele portava pequena quantidade de maconha que disse ser para o seu próprio uso.

Ele ficou foragido por três dias e disse em depoimento à polícia que neste período ficou preparando sua fuga do país.

Depoimentos

Felipe Iasi, 23, que levou Cadu até a casa do Glauco no dia do crime, foi liberado ontem após ser ouvido pela polícia por cerca de 5 horas. Segundo a polícia, ele tem bons antecedentes e residência fixa. No entanto, o delegado Veras Júnior disse que o depoimento de Iasi não convenceu totalmente. O depoimento ocorreu na Delegacia Seccional de Osasco (na Grande São Paulo),

Iasi disse que foi sequestrado por Cadu e ameaçado com uma arma para ir até o local do crime. Cadu teria dito, segundo o amigo, que "precisava esclarecer que era Jesus Cristo". Conforme o advogado de Iasi, ele não chegou a ouvir os disparos, pois deixou o local antes.

Caso

O cartunista Glauco e seu filho Raoni foram mortos a tiros na casa do cartunista, em Osasco (Grande São Paulo), na madrugada de sexta-feira (12).

Segundo testemunhas, o suspeito chegou ao local e rendeu a enteada de Glauco, que mora em uma casa no mesmo terreno. O cartunista e a mulher Bia ouviram gritos, foram ao quintal, e começaram a conversar com Nunes.

Ele era conhecido da família por já ter frequentado a igreja Céu de Maria, que segue os princípios do Santo Daime e foi fundada por Glauco.

Segundo o relato das testemunhas, Cadu delirava e queria levar todos para a casa de sua mãe, em São Paulo, com o objetivo de afirmarem à mulher que ele era Jesus Cristo. Ele estava armado com uma pistola automática e uma faca.

Glauco tentou negociar com Nunes para ir sozinho, e chegou a ser agredido. De acordo com o delegado Archimedes, Glauco não reagiu.

No meio da discussão, porém, Raoni chegou ao local de carro. Em seguida, Cadu atirou contra pai e filho, mas os motivos ainda não foram esclarecidos. Os dois chegaram a ser atendidos no hospital, mas não resistiram e morreram.

*Com informações da Agência Brasil e Folha Online