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Assassino confesso da morte de Glauco prestará novo depoimento amanhã; acusado não tem data para voltar a SP

Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas e de seu filho Raoni, é visto em uma cela na sede da Polícia Federal em Foz do Iguaçu (PR) - Christian Rizzi/Gazeta do Povo/AE
Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas e de seu filho Raoni, é visto em uma cela na sede da Polícia Federal em Foz do Iguaçu (PR) Imagem: Christian Rizzi/Gazeta do Povo/AE

Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

18/03/2010 16h53

Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, o Cadu, assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas e de seu filho Raoni, deverá prestar novos esclarecimentos ao delegado da Polícia Federal de Foz do Iguaçu (PR) Marcos Paulo Pimentel durante a manhã desta sexta-feira (19).

De acordo com a assessoria de imprensa da PF, o depoimento deverá limitar-se às acusações de tentativa de homicídio e roubo, crimes cometidos por Nunes na cidade paranaense no último domingo, quando tentava fugir para o Paraguai. O advogado do rapaz, Gustavo Badaró, estará presente durante todo o depoimento.

De acordo com a 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Paraná, a polícia de São Paulo ainda não pediu a transferência do acusado. Por responder por um crime federal (tentativa de matar um policial federal), a Justiça Estadual de São Paulo deverá enviar uma solicitação formal, que será avaliada por um juiz, para que então o acusado possa voltar a São Paulo. A investigação sobre a morte de Glauco e de seu filho está sendo realizada em Osasco (Grande SP).

O UOL Notícias não conseguiu localizar o delegado Archimedes Veras Júnior, da Delegacia Seccional de Osasco, para comentar a permanência de Nunes no Paraná.

O caso
Glauco e Raoni foram mortos a tiros na casa do cartunista, em Osasco (Grande São Paulo), na madrugada de sexta-feira (12). Nunes era conhecido da família por já ter frequentado a igreja Céu de Maria, que segue os princípios do Santo Daime e foi fundada por Glauco.

Segundo o relato das testemunhas, o assassino confesso estava transtornado e delirava. Ele estava armado com uma pistola automática e uma faca. Glauco tentou negociar e chegou a ser agredido.

No meio da discussão, Raoni chegou ao local de carro. Em seguida, Nunes atirou contra pai e filho. Os dois chegaram a ser atendidos no hospital, mas não resistiram e morreram.

Após cometer o crime, segundo seu próprio depoimento, Nunes teria fugido para o "meio do mato", onde permaneceu escondido até 5h de domingo (14). De lá, foi para o bairro do Campo Limpo, na zona sul da capital, de onde iniciaria a fuga. Na região, Nunes rendeu um motorista e levou seu carro. A versão foi contestada durante entrevista coletiva realizada ontem em Osasco.

O acusado teria pegado a estrada, atravessado todo o Estado do Paraná e, no domingo à noite, em Foz do Iguaçu (PR), trocou tiros com policiais rodoviários que foram informados que o carro dirigido por Nunes era roubado. A intenção do acusado era atravessar a fronteira com o Paraguai.

Após a primeira troca de tiros, Nunes fugiu e, cerca de uma hora depois, teria novamente tentado atravessar a fronteira. Dessa vez, contudo, o acusado foi preso por tentativa de homicídio.