Mãe de bebê trocado continua amamentando o "ex-filho" em GO
Os dois bebês trocados em um hospital de Goiânia e que foram entregues ontem às mães biológicas passaram bem a primeira noite com as famílias que acabaram de conhecer.
Entretanto, Davidson, o menino que morava em Teresópolis (GO) e que agora está na capital, enfrenta maior resistência. Por volta das 22h de ontem, Elaine Gomes de Oliveira Pires, que cuidava da criança no interior do Estado, precisou ir à casa de Queila Celina dos Santos Fagundes, em Goiânia, para amamentá-lo. Segundo Elaine, Queila fez este pedido a ela na tentativa de acalmar o menino, que chorava muito.
Carlos Daniel, a criança que agora passa a viver no interior, reagiu bem à mudança. Segundo Elaine, ele só acordou uma vez durante a noite. “Fiz a mamadeira, ele tomou tudo e dormiu de novo”, conta. O menino levantou cedo, por volta das 7h30, e brincou com as irmãs, uma de 6 e outra de 9 anos. “Elas estão sentindo a falta do outro [bebê], mas não tratam o Daniel diferente”, diz Elaine.
Queila continua sem falar com a imprensa. Segundo o advogado Fabiano Dias, ela ainda está muito abalada com a destroca dos meninos. Desde que descobriu que não criava o filho biológico, a vendedora de 23 anos manifestou a vontade de permanecer com Carlos Daniel, mas foi orientada pelo juiz da infância e juventude de que a destroca é uma determinação da lei.
O erro cometido no hospital Santa Lúcia, no bairro de Campinas, em Goiânia, foi corrigido um ano, um mês e oito dias depois do nascimento dos bebês. Queila foi a primeira a saber do equívoco, ao fazer um exame de DNA no mês passado. As diferenças físicas do bebê sempre foram motivo de desconfiança por parte do ex-marido. O menino tinha pele e cabelos claros, ao contrário dos pais, que são morenos. Um dos motivos da separação foram as acusações de infidelidade feitas depois que o menino nasceu.
Certidão de nascimento
Apesar da anulação das certidões de nascimento das crianças, cada mãe continua chamando os meninos pelos nomes dados pela outra. Elaine, que tinha dado o nome do marido ao bebê, disse que ainda não decidiu se vai fazer a troca.
Quanto à possibilidade de as duas mulheres morarem próximas uma da outra, Elaine explicou que o fato de elas não terem casa própria dificulta essa intenção, embora a ideia continue sendo analisada.
O Juizado da Infância e Juventude de Goiânia disponibilizou uma equipe de psicólogos para acompanhar as duas famílias durante o período de adaptação. “Nós vamos dar suporte para que elas enfrentem essa situação de uma maneira que cause menos dor, menos sofrimento”, explicou o juiz Maurício Porfírio.
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