Casas devem ser reconstruídas em outro local, diz Lula em Alagoas
Daniela Paixão
Enviada especial do UOL Notícias<br>Em Rio Largo (AL)
24/06/2010 17h18
Chuva e tristeza em Rio Largo (AL); veja
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MAIS VÍDEOS sobre tragédias no Nordeste
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou Rio Largo, uma das cidades mais atingidas pelas enchentes de Alagoas, na tarde desta quinta-feira (24) pedindo que as casas dos moradores sejam reconstruídas em locais mais distantes das margens dos rios que transbordaram e deixaram ao menos 40 mortos no Nordeste nesta semana.
Lula chegou à cidade por volta das 15h, onde visitou pontos alagados e a escola municipal Judith Paiva, onde estão cerca de 100 desabrigados. O presidente conversou, abraçou os presentes, ouviu suas histórias e quebrou o protocolo para anunciar ao microfone que estava ali para fazer o anúncio da chegada de benfeitorias.
“É preciso deixar claro para vocês que nós não podemos construir as casas nos mesmos lugares”, disse o presidente. O objetivo primordial agora, segundo Lula, é encontrar áreas fora da margem do rio para reconstruir casas de forma segura. Ele afirmou ainda que cabe aos municípios viabilizar terrenos próximos a cidade.
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O presidente anunciou a liberação de R$ 275 milhões em caráter emergencial para ajudar na reconstrução e disse que também haverá investimento de urgência para que as escolas sejam reerguidas o mais rápido possível. Lula também fez um apelo para não haver especulação imobiliária.
“Esse é nosso compromisso moral político e humanitário para ajudar a ter a casa de vocês de volta”, afirmou Lula. Em seguida, partiu rumo ao aeroporto de Maceió, onde se reuniu com o governador Teotônio Vilela.
Cenário de terremoto
Após sobrevoar e visitar as cidades atingidas pelas enchentes em Alagoas e Pernambuco, Lula comparou o cenário que viu ao estrago provocado pelo terremoto que atingiu o Haiti no início deste ano.
“São tragédias quase que semelhantes. Sobrevoei o Haiti de helicóptero e depois desci, e fiz o mesmo aqui. Para sentir o drama, tem que estar lá embaixo, pisar no barro, sentir o cheiro, ver as lágrimas”, afirmou o presidente.
Lula disse também que o governo federal pretende retirar definitivamente as famílias da região afetada que vivem em margens de rios, áreas suscetíveis a inundações.
“Não vamos construir casa no mesmo lugar que a enchente pegou. Ficamos procurando culpados, mas a verdade é que 80 anos atrás essas pessoas construíram casas em lugares inadequados. Vamos procurar locais mais altos para reconstruir e garantir que as pessoas não sejam vítimas da chuva”, afirmou.
Hoje, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) anunciou que já foram enviados R$ 597 milhões aos Estados de Pernambuco e Alagoas para a reconstrução das cidades.