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"Nossa cota moral é achar os restos mortais de Eliza", diz delegado do caso durante encontro com polícia de SP

Arthur Guimarães*<br>Do UOL Notícias

Em São Paulo

05/08/2010 17h21Atualizada em 05/08/2010 18h17

O delegado responsável pelo caso do desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno, fez uma visita na tarde desta quinta-feira (5) ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da polícia de São Paulo. Edson Moreira, da Polícia Civil de Minas Gerais, foi recebido na calçada pelo delegado Antônio Olim, chefe do setor de desaparecidos, e fez uma reunião com o delegado Marco Antonio Desgualdo, diretor do departamento.

Moreira evitou falar com a imprensa, mas citou que continua buscando o corpo de Eliza. "Foi feito um bom trabalho [de investigação policial]. Agora é com a Justiça. Nossa cota moral é achar os restos mortais de Eliza", afirmou. "Esperamos encontrar o corpo, nem se for um pedacinho", disse ao deixar o local.

Questionado sobre o motivo da visita, o delegado disse apenas que era amigo de Desgualdo, mas lembrou que a polícia de SP ajudou na investigação do caso Eliza ao fornecer dados para captar registros do GPS do carro de Bruno. Especula-se que o delegado esteja na capital paulista para obter mais informações que possam levar ao rastreamento do corpo. Moreira negou e disse que a visita foi apenas de cortesia.

No dia 3 de julho, a polícia de Botucatu (238 km de SP) encontrou uma perna boiando no rio Tietê. Como se tratava de um membro pertence a uma mulher branca, cortado na altura do joelho, a polícia de MG pediu que fosse realizado um exame para saber se o membro pertencia à Eliza. O material genético foi encaminhado ao Instituto de Criminalística de São Paulo.

No final de julho, exames descartaram que um corpo carbonizado encontrado no dia 26 de junho em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, fosse de Eliza Samudio.

Inquérito
Na última sexta-feira o inquérito foi concluído. O goleiro e mais sete suspeitos foram indiciados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como executor do homicídio, foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver.

O Ministério Público fez a denúncia ontem, mantendo os crimes, mas retirando a denúncia de formação de quadrilha. A Justiça já aceitou a denúncia e agora os suspeitos são réus no caso. Também foi decretada a prisão preventiva de todos os envolvidos.

Além de Bruno, estão detidos na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, Luiz Henrique Romão (Macarrão, amigo do goleiro), o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos (Bola, apontado como executor do homicídio), Elenílson Vítor da Silva, caseiro do goleiro, e os amigos Flávio Caetano de Araújo e Wemerson Marques de Souza (Coxinha).

A mulher do goleiro, Dayanne Souza, está presa na penitenciária Estevão Pinto, na capital mineira. Já Sérgio Rosa Sales (o Camelo), primo do jogador, permanece no Ceresp (Centro de Remanejamento do Sistema Prisional) São Cristóvão, anexo ao Departamento de Investigações, em Belo Horizonte.

*Com informações do colaborador Rayder Bragon, em Belo Horizonte