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Baixa umidade deixa 13 cidades de SP em estado de emergência; 5 registram índice em torno dos 9%

Tempo seco e céu poluído na manhã desta segunda-feira (13), na região da Mooca, em São Paulo - Luiz Guarnieri/Futura Press
Tempo seco e céu poluído na manhã desta segunda-feira (13), na região da Mooca, em São Paulo Imagem: Luiz Guarnieri/Futura Press

Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

13/09/2010 15h27

Em 11 dos 28 municípios onde o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) tem estações operantes que controlam a umidade relativa do ar no Estado de São Paulo, o índice era inferior aos 12%, o que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), coloca estas cidades em estado de emergência. Como dado de comparação, o deserto do Saara, na África, registra índices entre 10% e 15%.

Com a umidade relativa em torno dos 9%, os municípios de Pradópolis, Rancharia, Valparaíso, Votuporanga e Jales eram os que apresentavam na tarde desta segunda-feira (13) o ar em piores condições. Em seguida, com a umidade em 10%, estava a cidade de Casa Branca. Já com 11% estavam Ariranha, Barra Bonita, Bauru, Itapira, Lins, Ourinhos e São Carlos.

O Estado também conta com 12 municípios em estado de alerta, ou seja, com índice de umidade relativa do ar abaixo dos 20%. São eles: Barretos (12%), Presidente Prudente (12%), Piracicaba (13%), Avaré (13%), São Paulo (13%) Itapeva (15%), Franca (16%), Ituverava (17%), Taubaté (17%), Sorocaba (18%), São Luis do Paraitinga (19%) e Campos do Jordão (19%).

Em estado de atenção --com a umidade variando de 21% a 30%-- estava o município de Barra do Turvo, com o índice em 27%. Somente a ilha da Moela, no Guarujá, com 73% e Iguape (69%) apresentavam umidade adequada para a saúde.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera estado de atenção quando a taxa de umidade relativa do ar fica abaixo dos 30%. Abaixo dos 20% é considerado estado de alerta e abaixo dos 12%, estado de emergência. Com o tempo seco, a poluição aumenta favorecendo o surgimento de doenças respiratórias e cardiovasculares.

Menor nível na capital
Levando em conta os dados das estações automáticas do Inmet, o índice de umidade relativa do ar na capital paulista chegou hoje a 12% por volta das 13h.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, caso a umidade alcance níveis inferiores aos 12%, serão tomadas algumas medidas preventivas como “a interrupção de atividades ao ar livre e a suspensão de atividades em locais com aglomeração de pessoas, como escolas, creches, shows, etc".

De acordo com a previsão do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Prefeitura, amanhã o tempo ainda segue seco na Grande São Paulo.

Já na quarta-feira deve chegar ao litoral paulista uma frente fria de fraca intensidade que deve causar mais nebulosidade do que chuva.

Qualidade do ar

Com o tempo seco também piora a qualidade do ar. Por volta das 13h, em apenas três dos 20 pontos de medição da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) a qualidade do ar era boa: Congonhas, Cerqueira César e Pinheiros. Em outras 14 estações a situação era regular e em três os dados não foram computados.

Entre os 19 pontos de medição situados fora da região metropolitana (interior e litoral), somente três apresentavam a qualidade do ar boa: Jundiaí, Araçatuba e Campinas. Em 15, a qualidade era regular e em uma era inadequada (Cubatão Industrial - Vila Parisi e Vale do Mogi).

Recomendações
A recomendação da OMS para dias como estes é beber muita água, evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h; umidificar o ambiente por meio de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água; regar os jardins, e sempre que possível, permanecer em locais protegidos do sol ou em áreas arborizadas.

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia orienta o uso de compressa de água gelada sobre o rosto, caso os olhos fiquem irritados. Antes de usar colírios, é preciso consultar um médico, sobretudo para quem usa lentes de contato ou possui alguma doença nos olhos. A entidade também recomenda piscar várias vezes e evitar coçar os olhos.

A pele também merece atenção especial neste período. A Secretaria Estadual de Saúde recomenda evitar banhos com água muito quente, que provocam o ressecamento da pele, e usar sempre que possível creme hidratante.

“São cuidados simples, mas que podem fazer toda a diferença neste período de tempo seco, ajudando a manter a saúde e a qualidade de vida”, diz Ricardo Tardelli, coordenador estadual de Saúde.