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Equipe conta com ajuda de "príncipe" no trabalho voluntário na região serrana do RJ

Príncipe Dom João de Orleans e Bragança (de chapéu e máscara) ajuda vítimas das chuvas no RJ - Fabíola Ortiz/Especial para o UOL Notícias
Príncipe Dom João de Orleans e Bragança (de chapéu e máscara) ajuda vítimas das chuvas no RJ Imagem: Fabíola Ortiz/Especial para o UOL Notícias

Fabíola Ortiz<br>Enviada especial do UOL Notícias<br>Em Nova Friburgo

18/01/2011 13h16

Discreto, um integrante da família real Orleans e Bragança, bisneto da princesa Isabel, decidiu ajudar como voluntário na distribuição de donativos para famílias desabrigadas e vítimas de chuvas e deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro.

Aos 56 anos, Dom João de Orleans e Bragança resolveu colocar a mão na massa e se solidarizou com a população afetada pela catástrofe que abalou o Rio de Janeiro. O trineto de Dom Pedro 2º disse que fez questão de cancelar seus compromissos nos últimos três dias para se dedicar à ajuda humanitária.

“Minha família tem um histórico de serviço ao Brasil por patriotismo. Tenho uma vida comunitária e faço por consciência cívica. Isso é orgulho de ser brasileiro”, disse ao UOL Notícias o príncipe Dom João, que prefere ser chamado apenas de João.

“Não tem dinheiro que pague as boas ações. Fazer um bem sem querer nada em troca. É bonito ver as pessoas se mobilizando, tanta gente sendo solidária”, ressaltou.

Muito amigo do presidente da organização não-governamental Viva Rio, João de Orleans e Bragança disse que foi chamado pelo amigo para ajudar na mobilização.

“Vim porque o Rubem (César Fernandes) me disse da necessidade de braços para ajudar. Sou mais um no meio de um movimento emocionante”, ressaltou.

Apesar de sua cautela, muitos voluntários já sabiam que tinham um membro da família real como colega de trabalho na hora de descarregar os caminhões que chegavam repletos de doações a Nova Friburgo, cidade que concentra o maior número de mortos pela catástrofe até o momento.

João de Orleans e Bragança decidiu ir à Teresópolis no sábado (15) para ajudar na base do Viva Rio na cidade. No domingo, visitou o Batalhão da Polícia Militar em Niterói, que serve também como ponto de arrecadação e embarque de caminhões para a região serrana. E nesta segunda-feira (17), Dom João esteve em Friburgo para ver de perto a situação da cidade e visitar algumas vítimas das chuvas.

 “No sábado comprei mantimentos para 200 refeições, desmarquei meus compromissos e estou levando meu carro à disposição. Vou fazer trabalho braçal lá”, descreveu.

Dom João disse esperar que sua ação sirva de exemplo e de motivação para que mais pessoas ajudem.

Além do trabalho de voluntário, o membro da realeza aproveita também para fazer registro fotográfico da ação humanitária na região serrana.

Atualmente, Dom João divide seu tempo entre o Rio de Janeiro e Paraty. Empresário e nos momentos livres também fotógrafo, ele atua como articulador na coordenação de projetos ambientais. E disse que quer evitar em Paraty o que ocorreu na região serrana.

Dom João se diz favorável à remoção de pessoas que vivam em áreas de alto risco e critica os políticos que “deixaram fazer ocupações irregulares e agora vão a esses locais prestar condolências”.

Para Dom João, é preciso “encarar a remoção de frente”. “É um desgaste político, mas tem que fazer. É um crime deixar as pessoas construírem casas nas encostas”, declarou.

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