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SC corrige para 48 número de presos recapturados após fuga em massa

Léo Pereira<br>Especial para o UOL Notícias

Em Florianópolis

08/02/2011 18h18

A Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina corrigiu a informação de que 52 presos foram recapturados após a maior fuga em massa da história do sistema prisional do Estado: o número foi reduzido para 48, em dados divulgados até às 17h desta terça-feira (8).

O motivo alegado pela secretaria é que a Polícia Militar prendeu, durante a operação para encontrar os foragidos da Penitenciária de Florianópolis, suspeitos que tinham mandado de prisão em aberto. A PM mantém as buscas na região para pegar o restante dos 79 fugitivos, que fugiram no fim da tarde desta segunda (7), quando renderam dois agentes na central de triagem do complexo.

O Departamento de Administração Prisional (Deap) abrirá uma sindicância para verificar o caso, mas já declarou que as investigações prévias sobre a fuga apontam para uma falha humana, e que há possibilidade dos quatro servidores que estavam em trabalho serem afastados por falha no procedimento –dois funcionários cuidavam dos detentos, e os outros faziam serviço administrativo. Das 18 celas, nove estavam abertas.

O clima na unidade ficou ainda mais tenso por volta das 10h30, quando houve um princípio de tumulto nas galerias. Segundo a PM, o incidente seria um protesto por falta d'água no local.

Segundo o diretor do Departamento de Administração Prisional do Estado (Deap), Adércio Welter, as investigações iniciais apontam para falha no procedimento, mas também será verificado se houve facilitação por parte dos servidores para a fuga.

A fuga

Segundo as primeiras informações da polícia, a fuga teria iniciado por volta das 18h de ontem, quando os presos teriam se aproveitado de uma porta que estava aberta, e rendido o agente prisional com um objeto pontiagudo.

Os foragidos escaparam a pé, levando duas armas de calibre 12 –a polícia não soube informar se elas estavam com munição–, roupas de agentes prisionais e bombas de efeito moral. Houve tensão por parte de moradores e comerciantes das redondezas, que temeram se tornar reféns dos fugitivos.

Além de 120 homens da PM, um helicóptero da Polícia Civil colabora no trabalho de recaptura, que prosseguiu durante toda a madrugada. 

“Tratam-se de criminosos de alta periculosidade, condenados por tráfico de drogas e armas, homicídio e latrocínio (roubo seguido de morte)”, explica o tenente-coronel Newton Ramlow, que foi anunciado na última sexta-feira (4) como o novo comandante do Batalhão de Policiamento de Choque da Polícia Militar em Santa Catarina.

A maior fuga anteriormente registrada em Santa Catarina aconteceu em fevereiro de 2009, em outra unidade que fica em uma área residencial. Na Central de Triagem do bairro Estreito, conhecida como “Cadeião”, localizada na parte continental de Florianópolis, 69 detentos se aproveitaram de um erro de procedimento de um agente, que deixou uma das portas da cela aberta, no momento de entregar o jantar aos presos.

Penitenciária

A Penitenciária de Florianópolis está situada entre dois dos bairros mais populosos da capital catarinense – Agronômica e Trindade, ambos na região central. Próximos ao local ficam a Casa D’Agrônomica, a residência oficial do governador, a avenida Beira-Mar Norte, uma das mais movimentadas da cidade, e o campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Em 2010, acenou-se a possibilidade de transferir o complexo – que reúne penitenciária, presídio masculino e feminino, Casa do Albergado e Hospital de Custódia – para uma área afastada no município de Palhoça, na Grande Florianópolis. O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM), chegou a declarar no mês passado a ideia de transformar o terreno em um hospital, quando a unidade prisional for desativada.