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Ex-vereadora Verônica Costa depõe sobre acusação de tortura a seu marido

Hanrrikson de Andrade <br>Especial para o UOL Notícias <br>No Rio de Janeiro

28/02/2011 11h03

A ex-vereadora Verônica Costa chegou na manhã desta segunda-feira (28) à 42ª Delegacia de Polícia (Recreio dos Bandeirantes), na zona oeste do Rio de Janeiro, para depor sobre a acusação de tortura feita pelo seu marido, o empresário Márcio Costa, de 34 anos. A funkeira disse que se apresentou espontaneamente às autoridades e argumenta que Márcio é dependente de drogas. O marido, que deixou o centro de tratamento intensivo (CTI) do Hospital Pasteur, no Méier, na última sexta-feira (25), deve se submeter a uma cirurgia plástica facial marcada para as 11 horas desta segunda.

"Primeiro vou falar com as autoridades e depois com vocês", disse Verônica aos jornalistas na chegada à delegacia.

Márcio, casado com a "Mãe Loura do Funk" há dez anos, sofreu queimaduras de segundo grau no rosto, pescoço, braços, pernas e outras partes do corpo depois de supostamente ter sido mantido em cárcere privado e torturado por 20 horas. Segundo ele, Verônica suspeitava de traição e contou com a ajuda de quatro parentes, que utilizaram produtos químicos para causar os ferimentos.

A funkeira, por sua vez, alega que Márcio já chegou ferido em casa na noite da segunda-feira passada, pedindo R$ 100 mil para pagar dívidas com o tráfico de drogas. A família do empresário já deixou clara a intenção de processar por danos morais a ex-vereadora. O pai de Márcio, Felicíssimo Costa, entende que a versão apresentada por Verônica é caluniosa.

"Ela tem o direito de apresentar a sua defesa, ainda que seja mentirosa. Mas ela não deu direito de defesa para o meu filho. Quando ele estava no cárcere, não deram sequer um copo de água", disse Felicíssimo Costa.

Na semana passada, agentes da 42ª DP fizeram uma vistoria na residência do casal e conversaram com vizinhos, entre os quais o homem que teria ajudado Márcio a fugir do cárcere. Os policiais encontraram garrafas de gasolina e gaze, material que pode ajudar as autoridades a descobrir se houve ou não uma sessão de tortura.