Preso que confessou morte de irmãs em Cunha (SP) chora durante depoimento e diz ter sido vítima de bullying
Em depoimento à Polícia Civil de Guaratinguetá, o homem que confessou ter matado as irmãs Josely Oliveira, 16, e Juliana Oliveira, 15, em Cunha, a 231 km de São Paulo, disse que o crime foi motivado por bullying. Ananias dos Santos, 27, nega a participação de outras pessoas no homicídio.
A informação foi divulgada nesta tarde pelo investigador-chefe Flávio Averaldo ao UOL Notícias. Ananias fará exames no IML (Instituto Médico Legal) ainda hoje e depois ficará preso na Delegacia de Guaratinguetá.
“Assim que prendemos Ananias fomos para a mata, onde ele teria escondido a arma. O local é de difícil acesso. A arma estava enterrada com a ajuda de pedras. No segundo depoimento (oficial), ele comentou que estava sendo vítima de bullying por parte das irmãs”, disse.
Segundo ele, Ananias disse que Josely e Juliana o ofendiam, chamando-o de ‘caipira’, ‘sujo’ e ‘fedido’. “Ele afirmou que planejou o crime uma semana antes de matá-las. Agora vamos analisar o depoimento e cumprir outras diligências ligadas ao caso”, afirmou Averaldo, fazendo referências aos outros crimes cometidos pelo suspeito, entre eles a morte de um casal de Cunha em 2009.
O investigador afirmou que Ananias chorou ao ver as fotos das irmãs durante o depoimento na delegacia. A arma usada no crime, uma espingarda calibre 22, estava escondida dentro de um saco plástico e enterrada próximo a uma árvore no bairro Campos Novos, local 30 km distante do centro da cidade. Ela foi encontrada com a ajuda do próprio suspeito.
Questionando sobre os locais em que se escondeu durante os últimos 20 dias, Ananias disse que permaneceu nas proximidades da propriedade dos pais. “Ele improvisava barracas em áreas particulares. À noite, ele voltava para a casa dos pais ou da irmã.”
Ananias foi preso durante a madrugada na casa de uma irmã na zona rural da cidade. Ele confessou o crime logo após a polícia invadir o imóvel. Ele estava dormindo em um dos cômodos da casa que fica no bairro Jacuí, na zona rural, quando a polícia chegou por volta das 5h30. Ele teria sido monitorado desde domingo, quando houve as primeiras suspeitas de que estaria na cidade.
“Ele não resistiu à prisão. A investigação segue agora com novas informações e principalmente com a detenção do principal suspeito. Ele não teve tempo de reagir durante a ação. No primeiro momento, Ananias chegou a confessar o crime, mas depois ficou em silêncio”, disse o investigador.
Foragido do Pemano (Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgard Magalhães Noronha), de Tremembé, desde março de 2009, quando recebeu permissão para saída temporária de Páscoa, Ananias era considerado o principal suspeito pela morte das adolescentes.
O crime
As irmãs desapareceram no dia 23 de março e os corpos foram localizados no último dia 28, num matagal a oito quilômetros de onde as estudantes foram vistas pela última vez. Elas foram mortas a tiros. Juliana foi morta com quatro tiros e Josely com um tiro no peito e outro na cabeça.
A polícia agora quer saber se houve ou não envolvimento de outras pessoas. A hipótese foi levantada pelas equipes de investigadores e a delegada seccional de Guaratinguetá (SP), Sandra Maria Pinto Vergal, que acreditam que os corpos das vítimas teriam sido levados para a mata fechada com a ajuda de pelo menos um cúmplice.
Santos, que integrava uma lista dos 25 criminosos mais procurados do Estado de São Paulo, é condenado por roubo, porte ilegal de armas, formação de quadrilha e constrangimento ilegal em Lorena e Cachoeira Paulista, entre 2002 e 2003, período que fazia parte da quadrilha “Irmãos Metralhas”.
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