Preso, suspeito de matar irmãs em Cunha (SP) presta novo depoimento

O suspeito de matar a tiros as irmãs Josely Oliveira, 16, e Juliana Oliveira, 15, em Cunha (231 km de São Paulo), Ananias dos Santos, 27, prestará um novo depoimento na tarde desta terça-feira (12), em Guaratinguetá (SP). O horário não foi divulgado pela polícia para evitar protestos e gritaria na delegacia seccional da cidade.

Logo após ser preso durante a madrugada de ontem na casa de sua irmã na zona rural de Cunha, Ananias confessou o crime e disse estar arrependido de ter executado as adolescentes. Ele chorou ao ver as fotos das irmãs e afirmou não ter contado com a ajuda de cúmplices, versão descartada pela polícia, que acredita no contrário.

O segundo depoimento, segundo o delegado titular da Delegacia de Cunha, Marcelo Vieira Cavalcanti, pode apontar uma versão contraditória apresentada ontem pelo suspeito. “Com o novo depoimento será possível coletar mais detalhes sobre o caso, o que ajudará na investigação”, disse.

Após ser preso por volta das 5h30 de ontem, Ananias disse à polícia que havia planejado o crime uma semana antes por conta das fortes "humilhações" que sofria de ambas.  Segundo ele, as irmãs o chamavam de "fedorento", "caipira" e "sujo".

Durante o depoimento ele afirmou ainda que estaria apaixonado pela irmã mais nova. Ele não soube dizer de quem era a arma, uma espingarda calibre 22, comprada por R$ 400,00 e encontrada ontem enterrada próxima a uma árvore no bairro Campos Novos, a 30 km do centro de Cunha.

Segundo o delegado, ele teria matado primeiro Josely com um tiro no rosto e outro no peito. Ao ver a irmã mais velha ferida, Juliana teria se desesperado. Nervoso com a reação das vítimas, Ananias disparou contra Juliana, morta com quatro tiros.

Ananias passou a primeira noite na Delegacia de Guaratinguetá isolado em uma cela. As investigações seguem em sigilo. Ele ficará preso na Cadeia da cidade até a polícia encerrar o caso.

O crime

As irmãs desapareceram no dia 23 de março e os corpos foram localizados no último dia 28,  num matagal a oito quilômetros de onde as estudantes foram vistas pela última vez. Elas foram mortas a tiros. Juliana foi morta com quatro tiros e Josely com um tiro no peito e outro na cabeça. Os corpos das vítimas também tinham sinais de violência. Exames apontaram que ambas não sofreram violência sexual.

Santos, que chegou a entrar na lista dos 25 criminosos mais procurados do Estado de São Paulo,é condenado por roubo, porte ilegal de armas, formação de quadrilha e constrangimento ilegal em Lorena e Cachoeira Paulista, entre 2002 e 2003, período que fazia parte da quadrilha “Irmãos Metralhas”.

Foragido do Pemano (Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgard Magalhães Noronha), de Tremembé, desde março de 2009, quando recebeu permissão para saída temporária de Páscoa, Ananias era considerado o principal suspeito pela morte das adolescentes.