Advogado do goleiro Bruno diz não haver mais razão de mantê-lo preso; TJ-MG julga habeas corpus
A expectativa do advogado de defesa do goleiro Bruno Souza nunca foi tão grande em relação à apreciação do mérito de mais um habeas corpus em favor da soltura do jogador, que está confinado há 9 meses no presídio de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG).
Desembargadores do TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) devem decidir na tarde desta quarta-feira (13) sobre a soltura do goleiro.O atleta e mais 7 réus vão a júri popular pelo desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do arqueiro que teria tido um filho dele.
A convicção da liberdade de Bruno, para o advogado Cláudio Dalledone, baseia-se no fato de que, pela primeira vez, ele conseguiu fazer uma sustentação oral perante os magistrados, na última quarta-feira (6), o que suscitou pedido de vistas ao processo feito pelo relator do processo.
“O esclarecimento feito por mim foi o propulsor para que o relator pedisse vistas ao processo. Ninguém me tira da cabeça que o voto seria negativo (contrário à soltura de Brun), como aconteceu com os outros habeas corpus (impetrados pela defesa)”, descreve.
Segundo Dalledone, não há mais necessidade de manter o jogador preso, uma vez que a juíza Marixa Fabiane, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, onde tramita o processo sobre o sumiço da moça, decidiu mandá-lo a júri popular, em dezembro do ano passado.
Conforme o advogado, o cliente cumpriu preso todas as etapas do processo de investigação sobre a suposta morte da modelo (prisões temporária e preventiva).
“Qual é a natureza da prisão preventiva? Prende-se (o suspeito) para proteger o processo. Ele ficou preso preventivamente até dezembro (do ano passado), quando ela (juíza Marixa Fabiane) converteu a prisão preventiva em pronúncia. Não existe argumento que possa legitimar a manutenção dessa prisão, em decorrência da pronúncia”, afirmou.
Dalledone disse entre as razões suscitadas pela magistrada, para a manutenção da prisão do goleiro, seriam o descrédito do tribunal diante da opinião pública, caso o atleta fosse solto. E também uma possível fuga de Bruno do país em razão de ele ser colocado em liberdade. O advogado atenua essas argumentações.
“O tribunal não vai cair em descrédito porque ele tem sido muito severo no tratamento com o Bruno. Em relação a ele se furtar a uma aplicação da lei penal (fuga) é um exercício de futurologia da juíza. Ela, que não se baseou em nenhum dado concreto, presume que ele não vai enfrentar o júri popular”.
De acordo com ele, Bruno possui contrato de trabalho com o Flamengo (o contrato, na verdade, está suspenso) e residência fixa.
“Eu acautelei o passaporte dele, portanto ele não vai sair do país”, explica Dalledone, que prometeu recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) caso sofra um revés. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça, a sessão deverá começar hoje às 13h30 e o habeas corpus está na pauta de julgamento.
Por conta do sumiço de Eliza Samudio, também estão detidos Luiz Henrique Romão, o Macarrão, braço-direito de Bruno; o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado pela polícia de ser o executor de Eliza; e Sérgio Rosa Sales, primo do jogador conhecido como Camelo. Respondem ao processo em liberdade a ex-mulher do goleiro Dayanne de Souza, Fernanda Castro, ex-amante de Bruno; Elenílson Vítor da Silva, ex-administrador do sítio; e Wemerso n Marques de Souza, o Coxinha, amigo do atleta.
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