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Mulher refém em Aracaju há mais de 24 horas já havia denunciado o ex-marido

Paulo Rolemberg<br> Especial para o UOL Notícias

Em Aracaju

19/04/2011 10h11

A vendedora Cristielane Caetano Mota Santos, 21, refém de seu ex-marido José Elízio Tavares, 24, desde às 9h desta segunda-feira (18), em Aracaju (SE), já o havia denunciado duas vezes à polícia. Em dezembro do ano passado, quando ainda era casada com Tavares, ela foi à Delegacia de Grupos Vulneráveis para registrar um boletim de ocorrência por ameaça de morte feita pelo marido. Mas, o casal teria se conciliado e ela retirou a queixa.

Na última sexta-feira (15), Cristielane esteve outra vez na mesma delegacia para denunciar Tavares, após o filho do casal, de cinco anos, ter relatado à mãe que viu o pai recebendo uma arma de uma pessoa estranha.

O policial civil Gilvan Mecenas, amigo do casal, que tem servido de intermediário nas negociações para libertação da vendedora, confirmou que foi procurado por Cristielane depois que ela soube da compra do revólver. “Ela me procurou na Delegacia Plantonista. Eu informei que no momento que ele tivesse com a arma, que ela nos informasse para ele ser preso em flagrante delito”, contou.

O empresário Anderson Costa, dono da empresa onde trabalha Cristielane, disse que, desde que o casal se separou, há cerca de vinte dias, Tavares telefonava diversas vezes para a ex-mulher para pedir que reatasse o casamento, que durou aproximadamente sete anos.

O caso

Tavares mantém sua ex-mulher refém há mais de 24 horas em uma casa localizada na zona sul de Aracaju. Segundo a polícia, ela foi ferida por um tiro de raspão na perna e foi atendida por uma equipe médica, que já entrou no cativeiro por três vezes ao longo desse período para verificar o estado de saúde da vítima. 

A polícia informou que, desde o início do episódio, um dos poucos pedidos feitos Tavares foi a presença do policial civil Gilvan Mecenas. Ele também afirmou que liberaria a ex-mulher em troca do pai dela, hipótese logo descartada pela polícia, já que os dois teriam problemas de relacionamento.

A polícia pretende vencer Tavares pelo cansaço e descartou uma invasão, já que o local tem apenas um acesso. Boa parte do tempo, ele deitou a ex-mulher no chão e ficou sobre ela, apontando a arma.