Veículos pesados e caminhões serão proibidos de circular em ruas movimentadas de Goiânia
O tráfego de veículos pesados e caminhões será restrito nas ruas de maior fluxo de Goiânia (GO), principalmente nos horários de picos. A nova legislação foi sancionada nesta quarta-feira (19), pelo prefeito Paulo Garcia (PT), e deve entrar em vigor em 180 dias, prazo para a regulamentação das regras.
O presidente da Agência Municipal de Trânsito (AMT), Miguel Tiago, diz que trajetos específicos e horários de circulação serão definidos em parceria com representantes da iniciativa privada. Segundo ele, o objetivo é aliviar o trânsito da cidade –por onde circulam cerca de 1,15 milhão de veículos– sem provocar prejuízos para a economia.
Tiago diz que a legislação vai colaborar para a disciplina do trânsito, que tem sofrido estrangulamentos devido à alta quantidade de veículos pesados nas regiões centrais. Caminhões que transportam bebidas e alimentos, material de construção e veículos são os que mais obstruem o trânsito nos horários de pico.
As regiões mais afetadas pela restrição serão o centro e a região de Campinas, onde existe um maior movimento de carga e descarga de mercadorias, bem como os setores Bueno e Bela Vista, que concentram revendedoras de automóveis. As avenidas terão placas indicativas, com as especificações dos horários.
Para o presidente da Federação da Câmara de Dirigentes Lojistas do Estado de Goiás (FCDL), Melchior Luiz Duarte de Abreu Filho, a medida beneficiará a cidade se for negociada com o setor produtivo. Ele afirma que o comércio apoia a redução do tráfego de veículos pesados desde que sejam consideradas as especificidades de cada segmento. “É preciso considerar que há estabelecimentos que precisam repor mercadorias durante o dia todo, praticamente. Não podemos assumir sozinhos os custos de mudanças bruscas na logística de entregas de produtos.”
Abreu Filho diz que há uma série de questões envolvidas, principalmente de segurança. Ele avalia que carga e descarga não podem ser feitas somente no período noturno porque implicam em risco de roubo e encarecem o custo da logística.
O presidente da AMT, Miguel Tiago, ressalta que os estudos para a regulamentação da lei vão levar em conta todos os setores envolvidos. Segundo ele, o objetivo é discutir os conflitos para que as restrições sejam implantadas da melhor maneira possível.
"O objetivo é esgotar os conflitos gerados entre a lei e o setor produtivo. As restrições serão controladas de maneira a prejudicar menos o setor", afirma.
O professor doutor em engenharia de transportes pela USP (Universidade de São Paulo), Benjamin Jorge Rodrigues, diz que o veto à circulação de veículos pesados nas ruas de Goiânia ajudará a reduzir o estrangulamento do trânsito. Segundo ele, a medida funcionará desde que sejam resguardados os horários de pico. “Um caminhão ocupa espaço de dois até quatro veículos de menor porte e acaba emperrando o tráfego porque também tem agilidade reduzida.”
No entanto, Rodrigues avalia que a nova medida será apenas paliativa. De acordo com ele, a conclusão da obra do Anel Viário, no trecho da BR-153, na área urbana da grande Goiânia, é imprescindível para facilitar o fluxo dos veículos pesados, que precisam cruzar a região metropolitana. Paralisada há quase cinco pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a obra ainda não tem nada para ser concluída.
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