Juíza do caso Eliza envia ao TJ denúncia sobre suposto plano para matá-la
A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que cuida do processo sobre o sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Souza, enviou nesta segunda-feira (25) à Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça de Minas Gerais petição contendo denúncia de suposto plano para assassiná-la, feita pelo advogado José Arteiro, assistente de acusação no processo. O defensor representa Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza.
O plano, segundo Arteiro, estaria sendo tramado pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de executar Eliza. Segundo a denúncia, ele teria encomendado a morte da juíza a traficantes do Rio de Janeiro.
De acordo com a assessoria do tribunal, a corregedoria despachou o documento intitulado de “pedido de providência”, feito pela juíza, ao centro de segurança interna do tribunal, vinculado à presidência do órgão, para avaliar a possibilidade de ser fornecida escolta à magistrada.
Arteiro havia protocolado a denúncia na terça-feira da semana passada no Fórum de Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte onde tramita o caso e local onde a magistrada despacha.
Na petição, o advogado ainda afirma que ele e o delegado da Polícia Civil de Minas Gerais Edson Moreira, um dos responsáveis pela investigação, também estariam na lista de Bola.
O documento revela que Arteiro soube do suposto plano após relato feito por um ex-companheiro de cela de Bola, na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem. O advogado teria sido contatado pela mulher do detento, que foi transferido para outra unidade prisional de Minas.
A reportagem do UOL Notícias conversou com o delegado Edson Moreira, que afirmou que vai reforçar a sua segurança “É lógico que a gente vai ficar atento. Não pode vacilar. O Marcos Aparecido é muito perigoso.”
Outro lado
O advogado de Bola, Zanone Júnior, classificou a denúncia de “absurda”. “O José Arteiro se superou. Estão fazendo isso para não deixar o caso cair no anonimato. O caso tinha dado uma esfriada e estão tentando colocá-lo de novo no centro das atenções”, avaliou Júnior, que complementou ser “covardia” as novas acusações contra o cliente.
Marcos Aparecido dos Santos se tornou réu, no último dia 12, em outro processo que investiga a morte de dois homens, crime que teria ocorrido em 2008. A Justiça em Esmeraldas (região metropolitana de Belo Horizonte) acatou a denúncia do Ministério Público, que denunciou ainda outros três policiais civis.
O crime teria sido praticado em um sítio que servia de local para treinamento do extinto grupo de elite GRE (Grupo de Resposta Especial da Polícia Civil de MG). O imóvel seria arrendado por Bola. De acordo com as investigações, os corpos não foram encontrados. Os réus vão responder por cárcere privado, tortura, homicídio, ocultação de cadáver e peculato.
No processo sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, Santos e mais sete pessoas, incluindo o goleiro Bruno, foram pronunciadas pela juíza Marixa e vão enfrentar um júri popular ainda sem data definida.
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