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Após temporal no Rio, agentes de limpeza recolhem mais de 1.280 toneladas de lixo

Hanrrikson de Andrade<br>Especial para o UOL Notícias<BR>No Rio de Janeiro

28/04/2011 21h20

A Prefeitura do Rio de Janeiro informou na noite desta quinta-feira (28) que a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos recolheu até o momento mais de 1.280 toneladas de lixo e resíduos depois do temporal que atingiu a capital fluminense no começo desta semana e causou uma morte por afogamento. Além disso, foram desobstruídos cerca de 3.100 metros de galerias pluviais e 1.404 ralos da área da praça da Bandeira e da Grande Tijuca, na zona norte.

O trabalho em conjunto da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e da Coordenadora Geral de Conservação (CGC) envolve mais de 330 funcionários, que atuam em caráter emergencial para reduzir os estragos causados pelas chuvas torrenciais. Só nesta quinta-feira (28), aproximadamente 480 toneladas de lama foram coletadas. Não há previsão para o encerramento da força-tarefa.

Foram mobilizados 280 garis, além de 12 caminhões basculantes, uma carreta de 30 metros cúbicos, quatro pás mecânicas, entre outros equipamentos. Os funcionários da Comlurb estão trabalhando em tempo integral desde a última terça-feira, divididos em três turnos. As áreas que demandam mais atenção são a avenida Radial Oeste, a praça da Bandeira, o entorno do Maracanã, a travessa Angustura, além de várias ruas, praças e avenidas na região da Tijuca.

Dilúvio

O dilúvio que castigou a capital fluminense no começo desta semana foi o terceiro maior registrado na cidade desde a implantação do Sistema Alerta Rio, em 1997. A estação pluviométrica da Tijuca e da Muda, na zona norte, chegou a registrar um pico de 99,6 milímetros em uma hora. O temporal começou às 21h50 de terça-feira. Em 24 horas, entre a manhã de segunda-feira e a manhã de ontem, a mesma estação captou uma incidência de chuva de 274,2 milímetros.

A maior precipitação registrada pelo Alerta Rio ocorreu no dia 18 de março de 2000, em Campo Grande, quando 116 milímetros foram captados em uma hora. A segunda mais forte se deu no Sumaré, em 11 de junho de 2006, dia no qual o índice pluviométrico atingiu 103,4 milímetros em uma hora.

Apesar de ter deixado um rastro de destruição em vários pontos do Rio, a chuva de abril do ano passado alcançou 280 milímetros, mas em 24 horas.

Outras medições também apontam números expressivos em 24 horas. Como o temporal de 1971, no qual a precipitação chegou a 349,4 milímetros, no Engenho de Dentro. E a trágica enchente de 1966, a terceira maior da história do país, com índice de 282 milímetros.

Caos no Rio

Uma pessoa morreu e vários bairros ficaram debaixo d'água com a chuva. Às 21h30 de segunda-feira, a Defesa Civil decretou estado de alerta na cidade após o transbordamento de rios e córregos. Na manhã do dia seguinte, a prefeitura suspendeu o alerta das sirenes em onze comunidades da Grande Tijuca, que estavam em situação de alto risco – o sistema foi usado pela primeira vez.

Foram acionadas as comunidades Borel, Formiga, Chacrinha, Matinha, Cotia, Encontro, Santa Terezinha, Dona Francisca, morro dos Macacos, morro da Liberdade e Cachoeira Grande. Nestas áreas, o índice pluviométrico havia ultrapassado os 40 mm em uma hora.

Em todos estes locais, agentes comunitários orientaram os moradores a deixarem suas casas e a se dirigirem aos pontos de apoio pré-definidos em cada comunidade. No momento, nenhuma área encontra-se com o sistema de sirenes ativado.

Além da rocha gigante que caiu na autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, a Defesa Civil registrou outros quatro deslizamentos na cidade (comunidade JK, Borel, Andaraí e Chacrinha), mas nenhum deles tinha vítimas. Os alagamentos bloquearam pelo menos 23 vias.

Com o transbordamento do rio Maracanã, a praça da Bandeira foi inundada e tomada por uma correnteza, que arrastou vários carros. O canal do Mangue também transbordou, inundando a avenida Francisco Bicalho, próximo também à praça da Bandeira. Neste local, conhecido também como Vila Mimosa, uma pessoa foi encontrada morta por afogamento.