Fraude em hospital de Sorocaba: polícia vai cruzar depoimentos com documentos apreendidos
Fraudes em plantões provocam demissões
Depois de libertar os suspeitos de participar do esquema de fraudes no CHS - Conjunto Hospitalar de Sorocaba, a polícia civil e o Ministério Público vão confrontar todas as informações colhidas em depoimentos com os documentos apreendidos. Ao todo, 13 pessoas foram acusadas de desvio de verbas públicas e fraudes em plantões.
Os investigadores vão analisar o conteúdo dos milhares de documentos apreendidos e comparar com os depoimentos dos acusados e das testemunhas. Cerca de 50 pessoas estiveram no GAS (Grupo Antissequestro) para ajudar os trabalhos da polícia.
“Não descartamos a possibilidade de chamar os investigados para novos esclarecimentos em caso de necessidade”, comenta a promotora Maria Aparecida, secretária-executiva do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). “De qualquer forma temos uma quantidade enorme de informações, que dão base às denúncias”, disse ela.
A promotora disse ainda que uma mala cheia de documentos foi entregue no Fórum de Sorocaba por uma pessoa que não quis se identificar. “Todos estão muito interessados em ajudar. A população ficou indignada com essa denúncia”, afirma.
Na quinta-feira passada, 12 pessoas foram presas acusadas de participar de um esquema de fraudes em escalas de plantões e desvios de verbas públicas. Entre elas estava o então diretor do CHS, Heitor Consani.
De acordo com a polícia, 40 pessoas eram favorecidas pelo esquema. Elas recebiam por plantões não trabalhados. A quadrilha pode ser indiciada por estelionato, falsificação de documentos, fraudes e favorecimento em licitações.
O governador Geraldo Alckmin já nomeou um interventor para o CHS. Luís Cláudio de Azevedo Silva terá 60 dias para fazer um diagnóstico profundo da situação assistencial e administrativa dos três hospitais do complexo -- Regional, Leonor Mendes de Barros e Santa Lucinda. Depois disso, ele vai apresentar um novo modelo administrativo e só então haverá um novo diretor.
Nesta quarta-feira (22), os oito últimos presos acusados de participar do esquema foram soltos. Segundo Maria Aparecida Castanho, eles foram libertados porque a polícia já tinha informações suficientes. “A prisão temporária tem esse caráter de agilizar as investigações. Não havia mais sentido mantê-los presos, já que temos material suficiente para seguir investigando”, disse.
Além disso, segundo ela, o Tribunal de Justiça havia determinado a libertação de apenas duas pessoas, mas o alvará de soltura de todos já tinha sido expedido.
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