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Mãe de jovem morto em porta de boate critica polícia e diz que filho não estava armado

Janaina Garcia<br>Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

06/09/2011 18h35Atualizada em 06/09/2011 19h41

Imagem mostra jovem ferido após briga de punks e skinheads

A mãe de Johni Raoni Galanciak, 25, morto durante uma briga entre punks e skinheads no último sábado (3), em São Paulo, criticou nesta terça-feira (6) uma suposta omissão da polícia no episódio e disse que não acredita em premeditação do crime.

Mãe da vítima, a professora Patrícia Conceição, depôs nesta tarde no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e citou o ofício que a casa noturna Carioca Club –próxima do local onde o jovem foi morto a facadas–, em Pinheiros (zona oeste), mandou à Polícia Militar pedindo reforço no policiamento. A boate fez o pedido após tomar conhecimento que gangues rivais estavam combinando, por meio das redes sociais, um enfrentamento no local.

Além de causar uma morte, a briga deixou Fábio dos Santos, 21, ferido. Ele está internado em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital das Clínicas.

“Houve uma falha, porque meu filho foi até lá para assistir a show de rock, de um som que agradaria tanto um lado quanto outro. Havia, portanto, a possibilidade de uma briga; houve uma falha, a polícia sabia [da possibilidade de tumulto]”, afirmou.

Patrícia negou que o filho estivesse armado, razão pela qual classificou o assassinato como “brutal e covarde”. “Ele não teve chance de defesa. Mas não sei falar se premeditaram isso. Meu filho foi lá a fim de ver a banda. O que houve foi um confronto, e, infelizmente, meu filho não fugiu do confronto.”

Indagada se Galanciak tinha inimigos, tendo em vista que a polícia já disse que vingança é uma das hipóteses do crime –o jovem já havia se envolvido em outros episódios de agressão–, a mãe resumiu: “É bastante polêmica a imagem que fizeram dele, mas é preciso ter muita cautela”.

A polícia ouviu também hoje, por cerca de duas horas, um homem envolvido na briga. Careca, com tatuagens e usando uma jaqueta de couro com mensagens skinheads nas costas, ele não falou com a imprensa ao chegar nem ao deixar a delegacia, já às 19h30.

O conteúdo de seu depoimento não foi revelado, mas, segundo um agente policial, ele é uma das pessoas feridas durante o confronto e levadas para averiguação ao 14º DP (Pinheiros), no dia da briga.