Ataques criminosos incendeiam sete ônibus em Natal
Sete ônibus foram atacados e incendiados simultaneamente na Grande Natal (RN) na tarde desta sexta-feira (16). A informação foi confirmada pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Natal. Anteriormente a Polícia Militar informou que cinco ônibus e uma van de transporte complementar tinham sido incendiados.
Segundo o diretor de comunicação do sindicato, Augusto Maranhão, os ataques ocorreram nos bairros de Redinha, Felipe Camarão (2 ataques), Alvorada, Praia do Meio (2 ataques) e Cidade Verde. Segundo Maranhão, o clima entre os colaboradores das empresas é de medo, e 20% da frota foi recolhida porque muitos funcionários se recusaram a sair às ruas por conta dos ataques.
“Não tivemos medida oficial de recolhimento, mas apenas 80% da frota está circulando por conta desse medo. Isso porque é difícil convencer as pessoas a trabalharem assim”, disse.
Segundo o diretor, a polícia informou ao sindicato que está em “alerta máximo”. O comandante da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, coronel Canindé Francisco de Araújo, afirmou ao UOL Notícias que em três dos ônibus atacados foram pichados as iniciais PCC –sigla da facção criminosa Primeiro Comando da Capital.
O fogo em todos os casos foi rapidamente contido por populares e funcionários das empresas e não houve destruição total dos veículos em nenhum dos casos. Ninguém ficou ferido nas ações.
No início da noite, a hastag "#Natal em Chamas" chegou a ocupar o primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter no Brasil. O assunto ganhou força porque, além do ataque a ônibus, um incêndio atingiu um prédio residencial no bairro do Tirol. Não há informações de vítimas.
Para o sindicato, os prejuízos foram “ínfimos”. “Os ônibus não chegaram a pegar fogo totalmente. O grande prejuízo foi psicológico, que domina a cidade”, completou Maranhão.
Segundo a PM, "os criminosos chegaram de moto ou a pé, subiram nos ônibus, jogaram bucha com combustível e atearam fogo nos veículos”. Alguns dos veículos estavam parados em terminais e outros foram abordados circulando nas ruas.
Apesar das iniciais PCC, o coronel acredita que os atos não foram praticados pelo Primeiro Comando da Capital. “Esse grupo não atua aqui. Por isso, inicialmente, estamos vendo como ato de vandalismo, de alguém que se usou da sigla”, afirmou.
Três presos
Em nota, a Secretaria de Estado da Defesa Social informou que três pessoas suspeitas de participação nos episódios foram presas no fim da tarde de hoje. Um dos acusados foi detido no bairro Nova República com uma arma de fogo, enquanto outros dois foram presos em Cidade Verde transportando gasolina.
O órgão informou ainda que todo o efetivo policial foi colocado em alerta e haverá reforço nas ruas durante o fim de semana. "A população pode ficar tranquila porque todas as tentativas de intimidação desses atos de vandalismo encontraram a pronta resposta da Segurança Pública do Rio Grande do Norte", disse o secretário Aldair da Rocha, na nota.
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