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Advogado afirma ter deixado defesa do goleiro Bruno e diz ser "infantilidade sustentar que não há corpo"

Rayder Bragon

Do UOL Notícias, em Belo Horizonte

06/12/2011 21h03

O advogado paranaense Cláudio Dalledone afirmou ao UOL Notícias ter deixado a defesa do goleiro Bruno Souza, réu em processo sobre o sumiço de Eliza Samudio, sua ex-amante.

Ele disse ter protocolado nesta terça-feira (6), no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), a sua renúncia. Comedido nas palavras, Dalledone limitou a dizer que saiu do caso por "divergências no modo de conduzir o processo com o goleiro".

“Surgiram incompatibilidades entre a autodefesa [entendida como a feita pelo goleiro em causa própria] e a defesa técnica feita por mim”, resumiu o advogado.

O advogado não quis pormenorizar a razão da saída, mas um dos motivos que ele deixou escapar pode ser o modo como o goleiro supostamente queria conduzir a defesa perante o júri popular, ainda sem data marcada.

“Eu não vou fazer uma defesa em bloco e eleger uma tese única que contemple a todos. (...) Para mim, tecnicamente, eu acho uma infantilidade sustentar que não há corpo, que não há crime. É um argumento infantil, meramente retórico e que não leva a lugar nenhum”, disparou Dalledone, para complementar, no entanto, acreditar na inocência do goleiro.

“O Bruno é inocente. E uma boa defesa, perante o tribunal do júri, poderá provar isso”, salientou. O UOL Notícias tentou entrar em contato com o telefone de plantão do TJ-MG para saber quem é o novo advogado do goleiro, mas ninguém atendeu.

Réus

De acordo com decisão, em dezembro do ano passado, da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), além do goleiro Bruno, mais sete réus vão a júri popular, ainda sem data definida, pelo sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do atleta e com quem ele teria um filho. O goleiro e dois réus permanecem presos.

Bruno e Luiz Henrique Romão, conhecido como “Macarrão” e braço direito do atleta, vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”, será julgado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ele é apontado pela Polícia Civil mineira como o executor de Eliza Samudio.

Atualmente, Bruno e Macarrão estão presos na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. Um primo do goleiro, menor de idade, cumpre medida socioeducativa em Minas Gerais por prazo indeterminado –a cada seis meses a sua situação é reavaliada pela Justiça. A pena poderá se estender por até três anos, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Outros cinco réus respondem em liberdade ao processo: Dayanne de Souza, ex-mulher do goleiro; Fernanda Castro, ex-amante de Bruno; Elenílson Vítor da Silva, ex-administrador do sítio em Esmeraldas (MG); Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, amigo do atleta, e o primo Sérgio Rosa Sales, conhecido como Camelo.