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Funcionária de abrigo para menores é acusada de estupro e assassinato em Arroio Grande (RS)

Fachada do abrigo "Casa do Menor Novo Amanhecer", em Arroio Grande (RS) - Jornal Correio do Sul Regional/Arroio Grande
Fachada do abrigo "Casa do Menor Novo Amanhecer", em Arroio Grande (RS) Imagem: Jornal Correio do Sul Regional/Arroio Grande

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

19/01/2012 16h29

Uma técnica de enfermagem que tomava conta de um abrigo de menores foi denunciada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por assassinato e participação em 17 estupros. Todos os casos ocorreram no município de Arroio Grande (338 km de Porto Alegre), na região sul do Estado.

Vivian Pacini é acusada de participar do homicídio de Paulo Fernandes Gonçalves, de 59 anos. Ela e um rapaz de 16 anos, interno na Casa do Menor Novo Amanhecer – que recebe crianças e adolescentes afastados judicialmente de suas famílias –, mantinham relações sexuais na madrugada de 27 de novembro de 2011 quando Gonçalves, embriagado, passou em frente ao local.

Pensando que o aposentado pudesse tê-los flagrado dentro do abrigo, o adolescente, com auxílio de Vivian, perseguiu a vítima e a atingiu com golpes de barra de ferro na cabeça. Gonçalves morreu devido a hemorragia e edema cerebral causados pelo traumatismo craniano.

Além disso, Vivian teve participação apontada em estupros dentro do abrigo. Conforme o Ministério Público, ela dava cobertura ao menor enquanto ele estuprava meninas recolhidas na casa de passagem, com idades entre 10 e 16 anos.

“Era perversão sexual. O prazer dela era dar prazer ao adolescente. Ele estuprava essas crianças com a anuência dela. Ela ficava de guarda [enquanto o menor cometia os abusos], embora tivesse a obrigação de cuidar dessas crianças”, disse a promotora de Justiça Claudia Ferraz Rodrigues Pegoraro.

Uma das internas foi estuprada seis vezes pelo adolescente. As vítimas eram ameaçadas de morte a não conseguiam denunciar os abusos. “Elas tinham medo porque a pessoa para quem elas poderiam reclamar era a comparsa do estuprador”, disse Claudia.

“Vivian trabalhava para a prefeitura na casa de passagem, que acolhe crianças tiradas das famílias por diversos motivos. Então ela e o menor acabaram se envolvendo”, informou a promotora.

Com histórico de violência, o adolescente está internado provisoriamente na Fase (Fundação de Atendimento Sócio Educativo) do governo gaúcho. Encaminhada ao Presídio Regional de Pelotas, Vivian responderá por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima) e pelos 17 estupros.