Após vazamento de óleo, Transpetro diz que praia de Tramandaí (RS) está limpa; animais mortos aparecem
A Transpetro informou que a limpeza da praia de Tramandaí, atingida por vazamento de óleo do Terminal Osório, no litoral norte do Rio Grande do Sul, foi concluída nesta sexta (27) e que não há mais indícios de óleo no mar.
O tenente Reinaldo Araújo, comandante do 1º Pelotão Ambiental da Brigada Militar na cidade, porém, afirmou no início da tarde de hoje que ainda há sujeira no mar e animais mortos estão chegando à praia. Segundo ele, caranguejos, tartarugas e algumas espécies de peixes estão sendo encontrados na areia.
A Fundação do Meio Ambiente do RS pede para que os banhistas evitem entrar no mar das praias de Tramandaí e Imbé devido a resquícios do óleo que vazou. Essas são duas das maiores do litoral gaúcho.
Um grupo de técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fará um sobrevoo hoje pelo mar no litoral de Tramandaí para verificar a situação do vazamento.
Equipes de contingência da Transpetro, que é subsidiária da Petrobras, permanecerão no local para recolhimento de eventuais resíduos trazidos pela maré.
O vazamento ocorreu na manhã de ontem (26) em um mangote de uma monoboia durante uma operação de transbordo de petróleo de um navio para a monoboia 602, seis quilômetros distante da costa. A Transpetro estima que o volume de óleo derramado foi de 1.200 litros.
Nessa manhã, a Brigada Militar sobrevoou o litoral norte à procura de manchas no mar que podem estar se deslocando com a corrente. Há relatos de resquícios no mar de Capão da Canoa (a 135 quilômetros de Porto Alegre), mais ao norte, porém as autoridades ainda estão investigando sua veracidade.
Um laudo será elaborado a partir do monitoramento dos técnicos do Ibama no local do acidente. O documento indicará os danos ocorridos, os procedimentos necessários para resolver o problema e definirá também se a Petrobras deverá ser multada pelo ocorrido.
A multa pode chegar a R$ 50 milhões.
Investigações
Nesta sexta-feira, o Ministério Público do Rio Grande do Sul abriu investigação para apurar a responsabilidade pelo vazamento. Nesta tarde haverá reunião entre os promotores e a Brigada Militar.
Já a Polícia Civil de Tramandaí também instaurou inquérito. Conforme o boletim de ocorrência registrado por um engenheiro da Transpetro, houve falha na válvula de segurança entre a monoboia e a mangueira do navio.
Turistas devem evitar a região
A Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) está instruindo os veranistas a evitarem a beira do mar neste final de semana nas praias de Tramandaí e na vizinha Imbé. Nesta tarde, placas alertando o estado do mar impróprio para banho começaram a ser fixadas na areia.
Segundo a empresa de meteorologia MetSul, a mudança de direção e intensidade do vento, aliadas às correntes marinhas, podem ampliar o impacto do vazamento para balneários mais ao norte de Tramandaí, onde nesta época do ano se concentra a grande maioria dos veranistas.
Mancha de 1 km²
Em um sobrevoo feito ontem, o agente ambiental federal Kuriakin Toscan, coordenador de Emergências Ambientais da Superintendência do Ibama no Rio Grande do Sul, verificou que a mancha de óleo tinha cerca de 1 quilômetro quadrado (km²) e estava fragmenta, a uma distância de cerca de 800 metros da areia.
O óleo chegou à beira da praia no final da tarde de quinta-feira e durante toda a noite 150 homens trabalharam na limpeza da areia. A Transpetro criou uma comissão interna para investigar as causas do acidente.
(Com Agência Brasil)
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