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Começa no Sul julgamento de açougueiro acusado de esquartejar professora há 13 anos

Edson Reina, 48, é levado pela Polícia Federal a Santa"Ana do Livramento (RS) para ser julgado - Badras/UOL
Edson Reina, 48, é levado pela Polícia Federal a Santa'Ana do Livramento (RS) para ser julgado Imagem: Badras/UOL

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

28/02/2012 16h37

Um dos crimes que mais chamaram a atenção pública gaúcha terá um novo capítulo a partir desta terça-feira (28). Começou o júri popular de Edson Reina, 48, acusado de assassinar, esquartejar e esconder as partes do corpo da professora Deise Charopen Belmonte. O crime aconteceu em 3 de agosto de 1998.

Então com 23 anos, Deise foi encontrada morta às margens da BR-293, próximo ao município de Sant’Ana do Livramento (489 km de Porto Alegre), no oeste do Rio Grande do Sul.

Dois anos após o crime, em dezembro de 2000, Reina, um ex-açougueiro, foi condenado a 33 anos de reclusão por homicídio, esquartejamento e ocultação de cadáver. A motivação do crime teria sido o rompimento do relacionamento por parte de Deise.

Sua defesa recorreu, e ele acabou absolvido alguns meses depois, em março de 2001. Mas o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul anulou o seu último julgamento e determinou um novo júri.

Reina chegou a cumprir 31 meses na Penitenciaria de Sant’Ana do Livramento, mas em 2003 fugiu. Em 2009 foi preso novamente. A Interpol o localizou no Chile, onde estava escondido, e o trouxe de volta ao Brasil.

Conhecido como "Xirica", Reina já acumula conddenações pelos crimes de vilipêndio (desrespeito) e ocultação de cadáver. Porém, resta ser julgado pelo homicídio duplamente qualificado.

O caso

Em 3 de agosto de 1998, Reina abordou Deise, com quem mantinha uma relação extraconjugal, e a fez entrar em seu automóvel. Ele a levou para um lugar ainda não identificado antes de assassiná-la. Cinco dias depois, o tronco e os braços da vítima foram encontrados na BR-293, na localidade de Cerros Verdes.

Conforme os autos do processo, assinados pelo juiz da época, Frederico Menegaz Conrado, o assassino causou “sofrimento grave e atroz, desnecessário ao resultado criminoso visado, demonstrando perversão e insensibilidade moral impressionantes, inclusive tendo esquartejado o corpo”.

Na época, a polícia apreendeu no açougue de Reina duas facas de açougueiro, com lâminas de 14 centímetros, compatíveis com os ferimentos verificados no cadáver de Deise. Conforme a acusação, depois de mutilar o corpo da ex-amante, o acusado do assassinato colocou as partes em sacos e depositou-os em um lixão clandestino.