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Açougueiro que esquartejou professora no Sul é condenado a 21 anos de prisão

O açougueiro Edson Reina, 48 (ao centro), acusado de matar a ex-namorada há 13 anos no interior gaúcho, foi condenado na madrugada desta quarta-feira (29) a 21 anos de prisão em regime fechado - Jadir Pires/UOL
O açougueiro Edson Reina, 48 (ao centro), acusado de matar a ex-namorada há 13 anos no interior gaúcho, foi condenado na madrugada desta quarta-feira (29) a 21 anos de prisão em regime fechado Imagem: Jadir Pires/UOL

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

29/02/2012 17h29

O açougueiro acusado de matar a ex-namorada, há 13 anos, no interior gaúcho foi sentenciado a 21 anos de prisão em regime fechado. Edson Reina, 48, foi condenado por assassinar, esquartejar e esconder as partes do corpo da professora Deise Charopen Belmonte, na época com 23, em um júri que durou mais de 6 horas, na cidade de Sant’Ana do Livramento (a 489 quilômetros de Porto Alegre), na fronteira oeste.

Tão repercutido quanto o próprio crime, o julgamento mudou a rotina da cidade de 82 mil habitantes. Na manhã desta quarta-feira (29), a tiragem do jornal "A Plateia", principal do município e que trouxe seis páginas sobre a cobertura do caso, já havia se esgotado. Durante toda esta terça-feira e madrugada de quarta, o plenário do fórum da cidade esteve cheio.

A defesa de Reina trabalhou sustentando que a perícia nos restos mortais de Deise continha imprecisões no apontamento da hora da morte da jovem. Isso retiraria a responsabilidade do crime do acusado.

Porém, a promotoria alegava que, como o réu já havia sido julgado e condenado por ocultação de cadáver e vilipêndio – no mesmo caso –, seria impossível haver outro autor para o assassinato. Por volta das 3h40 desta quarta-feira, o juiz anunciou a sentença. Reina pode recorrer da decisão, porém em regime fechado.

O caso

Em 3 de agosto de 1998, Reina abordou Deise, com quem mantinha uma relação extraconjugal, e a fez entrar em seu automóvel. Ele a levou para um lugar ainda não identificado antes de assassiná-la. Cinco dias depois, o tronco e os braços da vítima foram encontrados na BR-293, na localidade de Cerros Verdes.

Conforme os autos do processo, assinados pelo juiz da época, Frederico Menegaz Conrado, o assassino causou “sofrimento grave e atroz, desnecessário ao resultado criminoso visado, demonstrando perversão e insensibilidade moral impressionantes, inclusive tendo esquartejado o corpo”.

Chamou a atenção a forma que Reina cortou as articulações da vítima, demonstrando domínio técnico nos cortes realizados”. Na época, a polícia apreendeu no açougue de Reina duas facas de açougueiro, com lâminas de quatorze centímetros, compatíveis com os ferimentos verificados no cadáver de Deise.

Conforme a acusação, depois de mutilar o corpo da ex-amante, o acusado do assassinato colocou as partes em sacos e depositou-os em um lixão clandestino.