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Menos de 1% dos postos da capital paulista tem gasolina para vender, diz sindicato

Preço do litro da gasolina chega a quase R$ 5 em SP - Helio Torchi/Futura Press
Preço do litro da gasolina chega a quase R$ 5 em SP Imagem: Helio Torchi/Futura Press

Da Agência Brasil, em São Paulo

07/03/2012 13h40Atualizada em 07/03/2012 14h01

Os motoristas da capital paulista enfrentam problemas para abastecer os veículos em função da paralisação dos distribuidores de combustíveis, que começou na segunda-feira (5), contra a restrição de circulação de caminhões. A greve gerou desabastecimento de combustível em São Paulo. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Paiva Gouveia, menos de 1% dos postos da capital paulista ainda tem gasolina para oferecer aos consumidores. Segundo ele, o estoque de etanol deve acabar até o início da tarde de hoje (7) e o de diesel é suficiente para abastecer os veículos até amanhã (8).

Na noite de ontem (6), a Justiça determinou a suspensão da greve sob pena de aplicação de multa diária de R$ 1 milhão aos sindicatos envolvidos na paralisação. O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam-SP) disse que a categoria deve fazer uma assembleia à tarde para definir os rumos do movimento.


O presidente do Sincopetro declarou que, mesmo que o abastecimento volte a ser feito hoje, serão necessários de quatro a cinco dias para que a situação se normalize na capital. “Diante desses fatos, estamos fazendo um apelo ao prefeito Gilberto Kassab para que suspenda a restrição nos próximos dias a fim de acelerar a estabilização do mercado.”

Com escassez, usuário estoca combustível


A Polícia Militar de São Paulo retomou hoje (7) às 9h30 as escoltas a caminhões-tanque que não aderiram à paralisação. Segundo o chefe de comunicação da PM, major Marcel Lacerda Soffner, das 8h de ontem às 8h de hoje, foram realizadas 31 escoltas a 70 caminhões que transportam combustíveis na cidade.

“Hoje de manhã, a situação era de normalidade. Mas com o incidente das 9h30 tivemos de retomar as escoltas, e isso fez com que se retomasse o status de ontem”, disse o major.

Segundo o presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz, apenas 70 caminhões que transportam combustíveis saíram das distribuidoras entre durante todo o dia de ontem e na manhã de hoje. Todos tiveram escolta da polícia. Outros caminhoneiros que tentaram sair das bases de distribuição sem escolta foram impedidos pelos grevistas. "Entre 50 milhões e 60 milhões de litros deixaram de ser entregues por dia por causa da paralisação", informou Vaz.

Preços abusivos

Até o final da manhã e início da tarde desta quarta (7), ao menos quatro gerentes de postos haviam sido detidos pelos preços abusivos cobrados nos postos de combustíveis de São Paulo.

A Fundação Procon-SP está recebendo denúncias sobre os abusos e, até o momento, 42 casos foram registrados apenas na capital. O órgão esclarece que, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, é considerada como prática abusiva “elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços”.