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Advogado afirma que suposto filho de Bruno com Eliza Samudio "é uma criança revoltada"

Assistente de acusação disse que suposto filho de Bruno com Eliza Samudio é uma criança revoltada - Alex de Jesus/ O Tempo/ AE
Assistente de acusação disse que suposto filho de Bruno com Eliza Samudio é uma criança revoltada Imagem: Alex de Jesus/ O Tempo/ AE

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

12/04/2012 18h49

O advogado José Arteiro Cavalcante, assistente de acusação no processo sobre o sumiço de Eliza Samudio, disse nesta quinta-feira (12) que o filho de Eliza, cujo pai seria o goleiro Bruno Souza, é uma “criança revoltada” e dispõe de acompanhamento psicológico. O garoto, atualmente com dois anos, mora com a avó materna em Campo Grande (MS). Cavalcante representou Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza, durante o processo.

“O menino é revoltado com a vida. Ele não aceita contato com estranhos e sempre chora”, afirmou o advogado momentos antes de depor no Departamento de Operações Especiais da Polícia Civil de Minas Gerais (Deoesp), localizado em Belo Horizonte, sobre um suposto plano para matar pessoas ligadas ao caso. 

Agitado, Cavalcante disparou acusações contra os réus do processo, dizendo que eles fizeram uma “covardia” contra a criança. “Essas pessoas arrancaram a criança do colo da mãe momentos antes de ela ser morta pelo [ex-policial Marcos Aparecido dos Santos] Bola”.

Segundo a Polícia Civil mineira, Eliza Samudio foi assassinada por Bola, em sua casa, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, em junho de 2010. De acordo com as investigações, a criança foi entregue a Dayanne de Souza, ex-mulher do goleiro, que chegou a ser presa em flagrante.

Trama "caiu no vazio"

Após ouvir nesta quinta-feira (12), em Belo Horizonte, o depoimento de José Cavalcante, o delegado Wilson Luiz de Oliveira afirmou que o suposto plano para matar a juíza e outras pessoas ligadas ao caso em Minas Gerais “caiu no vazio”.

A trama teria sido arquitetada pelo goleiro Bruno Souza e pelo ex-policial Bola. O dois, em depoimento à polícia, negaram as acusações. Um detento que dividiu pavilhão com Bola, no presídio de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), foi quem denunciou às autoridades após afirmar ter ouvido do ex-policial o suposto plano. Oliveira afirmou que o advogado disse que não sofreu ameaças de morte. “Essa denúncia caiu no vazio, Nós entrevistamos todas as pessoas possíveis e nada foi confirmado. Ninguém foi efetivamente ameaçado. Se continuar desse jeito, não ficou provado nenhum crime”, explicou o policial.

Conforme ele, falta somente o depoimento da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que ainda não tem data definida para ser feito. O delegado afirmou ter ido ao presídio federal de segurança máxima no Mato Grosso do Sul, no final do mês passado, ouvir o depoimento do traficante Nem da Rocinha. De acordo com as investigações, o traficante seria contratado para executar as mortes em Minas Gerais.

Nem teria afirmado que nunca esteve no Estado e não conhece o ex-policial. Sobre o goleiro, o traficante afirmou que não o conhecia pessoalmente, apenas sabia que ele era jogador de futebol.

As outras pessoas que estariam marcadas para morrer seriam o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações de Minas Gerais e encarregado das investigações sobre o sumiço de Eliza Samudio, o deputado estadual Durval Ângelo (PT), presidente da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais). Além deles, o advogado Ércio Quaresma, ex-defensor do goleiro Bruno e que atualmente trabalha na defesa de Bola, e José Arteiro Cavalcante.

De acordo com o delegado, após ouvir a juíza, o inquérito será concluído.