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Delta foi a maior beneficiada em contratos na região serrana do Rio, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

18/04/2012 13h45

O MPF (Ministério Público Federal) no Rio e o TCU (Tribunal de Contas da União) investigam se houve irregularidades no repasse de R$ 27,4 milhões distribuídos em 28 contratos entre o governo do Estado e um grupo de empresários que atuaram na recuperação da região serrana, destruída por fortes chuvas no ano passado. Desse total, a maior parte –R$ 4,7 milhões –foi destinada à construtora Delta, investigada na operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que prendeu o bicheiro Carlinhos Cachoeira.  As informações são de reportagem publicada nesta quarta-feira (18) pelo jornal "O Globo".

Os recursos são provenientes do Ministério da Integração Nacional e abasteceram contratos destinados a cidades seriamente afetadas pela tragédia que deixou quase mil mortos em toda a serra fluminense. Como a maior parte dos municípios havia decretado estado de calamidade ou situação de emergência, as contratações foram feitas sem licitação.

Segundo a reportagem de "O Globo", depois da Delta, a segunda maior captadora dos recursos é a Carioca Christian, com R$ 3,8 milhões em contratos.

A reportagem destacou também que o controlador da Delta, o empresário Fernando Cavendish, mantinha relações pessoais com o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB). Só do governo do peemedebista, a empreiteira recebeu quase R$ 1,5 bilhão.

Ontem, o TCU confirmou ao jornal que os contratos firmados pelo Estado do Rio passam por fiscalização do órgão desde maio do ano passado, além de inquérito civil instaurado pelo MPF –cujos técnicos, segundo a reportagem, já identificaram irregularidades como recursos repassados às empresas antes da formalização dos contratos. O governo do Rio negou irregularidades e repassou documentos aos órgãos.

Ao todo, um primeiro lote de recursos do Ministério da Integração Nacional foi destinado a contas do governo estadual e de sete municípios da região serrana atingidos --R$ 70 milhões ao Estado e R$ 30 milhões aos municípios de Nova Friburgo (R$10 milhões), Teresópolis e Petrópolis (R$ 7 milhões, cada) e Sumidouro, Areal, Bom Jardim e São José do Vale do Rio Preto (R$ 1,5 milhão cada).

Ano passado e este ano, o Ministério Público do Estado e a CGU (Controladoria Geral da União) detectaram que parte das prefeituras desviou recursos, tais como Teresópolis e Friburgo, cujos prefeitos chegaram a ser afastados.