Porca dá à luz 18 leitões no interior de MG; fato é considerado excepcional, dizem especialistas
Depois de dar à luz 18 leitões, fato considerado excepcional por especialistas, uma porca virou o principal assunto de Poço Fundo (395 km de Belo Horizonte). "Nunca tinha visto algo igual. Já vi porcas terem 14 filhotes, mas a maioria deles morre no primeiro dia de vida. Essa ninhada, além de ter chegado a um número difícil de ser alcançado, veio com quase todas as crias saudáveis", afirmou Orlando Antonio dos Santos, 51, dono dos animais.
Dos 18 leitões, apenas um morreu. Para evitar mais mortes, Santos afirma que ele e um amigo se revezaram à noite para garantir que todos os filhotes se alimentassem. "São muitos animais para amamentar. Quando um deles pega uma teta, não deixa o outro chegar perto. Fizemos um rodízio entre os filhotes para evitar esse problema.”
Outro receio do criador foi a porca, chamada Nina, deitar sobre as crias. Ela pesa 150 quilos. "Depois das primeiras horas, os filhotes ficam mais espertos, e já não há mais possibilidade de acidentes", falou o criador.
Segundo Jacinta Diva Ferrugem Gomes, 48, professora da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP (Universidade de São Paulo), normalmente uma porca caipira como Nina costuma ter entre oito e dez filhotes.
A professora diz que as porcas costumam ter um pico de reprodução a partir da quarta vez em que dão à luz, o que pode ser o caso do animal de Poço Fundo. Ela diz que, embora não seja raro, é excepcional uma porca dar à luz 18 filhotes.
De acordo com Jacinta, a ciência vem fazendo melhoramentos genéticos, a partir de cruzamentos, para porcos darem à luz, em escala industrial, a quantidade média de 14 a 15 animais.
Juliana Leite, 25, zootecnista da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, afirma que não é vantajoso nem para o animal nem para os criadores quando uma fêmea dá à luz quantidade de filhotes acima do normal.
Ela diz que, nesses casos, a gestação costuma ser mais curta, ocorrem dificuldades no desenvolvimento e na alimentação das crias e, também, no manejo, por parte dos criadores. “Isso não interessa a ninguém”, diz.
No reino animal, segundo Juliana, o número de filhotes varia conforme a raça. Em vacas e cavalos, o normal é um filhote, ou, no máximo, gêmeos. Em cães, o número varia conforme a raça: dois animais para animais pequenos e até dez quando maiores. Em porcos, o número ideal é de oito a dez.
Boi de três chifres e cadelinha boiadeira
Não é primeira vez que animais de Poço Fundo, cidade de 15 mil habitantes, viram notícia. No ano passado, um boi de três chifres virou atração turística. O dono do bicho, Sebastião Valdivino Gonçalves, além do boi, também possui uma cachorra “boiadeira”, Lili. A cadela circula pela cidade sobre a motocicleta do dono e, no campo, ajuda a apartar o gado. Como recompensa, bebe leite direto nas tetas das vacas do sítio.
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