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Mãe de Eliza e advogada questionam intenção do goleiro Bruno em reconhecer filho da ex-modelo

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

18/06/2012 12h50

A demora no reconhecimento da paternidade do filho de Eliza Samudio, que seria feito pelo goleiro Bruno Souza, suscitou questionamentos da mãe da ex-modelo e da advogada dela. A decisão de assumir a criança foi anunciada no mês passado pelo defensor do goleiro, o advogado Rui Pimenta, mas, segundo ele, até o momento isso não foi feito.

Bruno é réu no processo sobre sumiço de Eliza Samudio, sua ex-amante, e aguarda júri popular ainda sem data definida. Ele está preso há quase dois anos na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte).

“Eu acho que está tendo muita especulação, muita polêmica, mas, na realidade, dentro do processo, eu desconheço qualquer tipo de procedimento por parte do Bruno”, questionou Maria Lúcia Borges, advogada de Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza, referindo ao processo de paternidade que tramita no Rio de Janeiro.

Sônia Moura atendeu ao UOL por telefone e disse, apesar de afirmar não se opor ao suposto desejo do goleiro, não crer na intenção de Bruno em reconhecer o neto como sendo seu filho de maneira espontânea. Segundo a mulher, o jogador já poderia ter feito isso. Ela mora com o neto em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

“Eu não acho que ele vá fazer espontaneamente. O meu neto já está com dois anos e quatro meses. Mais o tempo de gravidez, são três anos. (Mas) é um direito dele e uma coisa que a minha filha lutava na Justiça para que ocorresse”, disse. A advogada dela também faz reparos à conduta do jogador e do advogado na questão do reconhecimento da criança.   

“Se ele quisesse fazer, certamente o advogado dele levaria um tabelião dentro da penitenciária, e lá ele (Bruno) faria a declaração da vontade (em assumir a criança) por escritura pública. Aí, é só juntar isso no processo. É muito fácil de resolver isso, basta querer”, afirmou Maria Lúcia.

Pimenta havia dito, inicialmente, que um escrivão iria até a unidade prisional recolher a assinatura do jogador em documento que seria lavrado em cartório de Belo Horizonte e no qual o jogador assumiria ser o pai da criança.

Agora, o advogado afirmou que um juiz de Vara de Família de Belo Horizonte precisa enviar um ofício ao cartório onde a criança foi registrada para que seja feita a alteração na certidão de nascimento dela, constando o nome do pai, no caso, o nome do goleiro.

“O juiz é quem pode determinar ao cartório de registro onde o Bruninho (filho de Eliza Samudio) foi registrado para que coloque o nome do Bruno como pai dele. Ele tem que mandar um ofício para lá. E não há um prazo para isso”, disse. Segundo o advogado, a petição será feita por ele ao juiz nesta semana.

Questionado em qual cartório a criança foi registrada, Pimenta afirmou que havia sido no Mato Grosso do Sul. “A criança não foi registrada no Mato Grosso do Sul, ela foi registrada em São Paulo, onde ela nasceu”, informou a mãe de Eliza. A advogada afirmou que há uma tentativa em curso realizada por Pimenta para mostrar uma “imagem diferente” do jogador perante a opinião pública.

“Ele quer mostrar uma imagem diferente do Bruno para a sociedade. Ele será julgado por um júri popular. Então ele (Pimenta) está trabalhando hoje para tentar arrumar argumentos futuros para a defesa nesse júri, ao dizer que ele (Bruno) é um bom pai, que a advogada, ou a avó que não quiseram fazer acordo, que não quiseram aceitar.”

Pensão alimentícia

Segundo Maria Lúcia, o juiz que cuida do processo sobre o reconhecimento da paternidade, no Rio de Janeiro, havia estipulado a título de tutela antecipada uma pensão alimentícia, em favor da criança, de 17,5% dos vencimentos do jogador. Atualmente, Bruno recebe R$ 466 por serviço de faxina na penitenciária mineira. O contrato do goleiro com o Flamengo está suspenso.

“Ele (a criança) nunca recebeu nada, nenhum centavo. Quem vem mantendo ele é a avó e a família dela”, disse. No dia 30 do mês passado, a Justiça de Foz do Iguaçu (PR) deu a guarda definitiva da criança a Sônia Moura. Luís Carlos Samudio, pai de Eliza Samudio e ex-marido de Sônia, também pleiteava obter os direitos sobre o menino, mas desistiu do processo, segundo seu advogado.