Defesa do goleiro Bruno tenta impedir exibição de série em canal pago que retratará o caso Eliza Samudio
O advogado Eduardo Salles Pimenta, um dos defensores do goleiro Bruno Souza, afirmou ter entrado nesta segunda-feira (18) com uma ação indenizatória de pedido de tutela antecipada no Fórum Central João Mendes Júnior, em São Paulo, para tentar impedir a exibição de capítulo de série “Até que a Morte nos Separe”, do canal pago A&E.
O programa versará sobre o caso do sumiço da ex-modelo Eliza Samudio, ex-amante do goleiro, e está previsto para ser exibido na noite desta terça-feira (19). O advogado alega, apesar de reconhecer que não teve acesso ao conteúdo do programa, que a série “romanceia” os casos retratados e teme que isso prejudique o cliente.
O goleiro e mais sete pessoas foram pronunciados a júri popular, ainda sem data definida, pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), em dezembro de 2010.
Eles são acusados de participação na suposta morte de Eliza Samudio, que teria ocorrido em junho de 2010, em Minas Gerais, segundo a Polícia Civil mineira. A ex-modelo pleiteava na Justiça o reconhecimento, por parte do goleiro, de filho que ela teria tido com ele. O garoto vive hoje sob os cuidados da avó materna, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
A série do canal pago já retratou outros casos criminais brasileiros, como os da morte de Eloá Pimentel e da jornalista Sandra Gomide. A defesa do goleiro pede em liminar a aplicação de uma multa de R$ 100 mil, acrescida de R$ 1 por assinante, aos responsáveis pelo canal caso o programa seja veiculado.
“Eles não estão retratando o fato documental, que está no processo. Alguns dos outros episódios deixaram claro que eles romanceiam a história processual. Eu não conheço o roteiro. De repente, eles podem lançar o Bruno como tendo matado a Eliza e, pelo que conta nos autos, não é isso. Até agora não tem uma sentença condenatória contra ele”, disse.
O advogado afirmou que os produtores do programa não procuraram previamente a defesa do goleiro para que o uso da imagem dele fosse permitido. Pimenta alega que há exploração comercial sobre o assunto em detrimento de cunho jornalístico. Ele requer uma indenização por danos morais e patrimoniais para o cliente, independentemente da exibição ou não do programa.
Fins comerciais
“O canal e o site são de entretenimento, o que os difere dos canais e sites jornalísticos. Então, além de não pedirem permissão para o uso da imagem do meu cliente, eles estão a usando com fins comerciais. No site, há uma foto do Bruno e, bem ao lado, há uma imagem da (cantora) Beyoncé promovendo o perfume dela.
Pimenta quer que os responsáveis pelo canal e pelo site retirem a imagem de Bruno do site. “O juiz é quem decide o valor. O meu pedido não é para o Bruno enriquecer. Meu pedido vai no sentido de que o quanto o canal e o site ganharem com a violação de direito ou de personalidade do Bruno eles tenham que indenizar”, afirmou.
O advogado já tinha entrado com uma medida cautelar, em abril deste ano, no mesmo fórum, mas o juiz da 38ª Vara Cível havia indeferido o pedido. O UOL não conseguiu contato com os responsáveis pelo canal e pelo site.
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