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Acusada de maus tratos, empresa é proibida de realizar rodeios em cidade do interior de São Paulo

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

27/06/2012 15h27

Um acordo firmado no Ministério Público proíbe a empresa H1 Promoções Artísticas e Marketing de realizar festas do peão em Jaboticabal (423 km de São Paulo). A proibição é resultado de uma representação feita pela Sociedade Humanitária Tucuxi no Ministério Público, que alegou haver maus-tratos aos animais durante as provas de montaria.

O promotor de Justiça Hamilton Fernando Lisi, 43, considera que o acordo foi um “sucesso”, uma vez que o resultado de uma eventual ação contra a empresa que organiza rodeios seria incerto. “Há argumentos contrários e a favor da tese de que ocorrem maus-tratos nas montarias.”

De acordo com o promotor, o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) não impede que sejam realizadas festas do peão em Jaboticabal, pois vale apenas para a H1 Promoções Artísticas e Marketing. Se a empresa não respeitar o que ficou estabelecido no TAC, deverá pagar multa de cem salários-mínimos (R$ 62,2 mil).

O advogado Diego Bianco, 33, da H1 Promoções Artísticas e Marketing, informou que não há esse risco porque não há mais interesse em realizar rodeios em Jaboticabal.

Normas internacionais

De acordo com Bianco, a empresa assinou o TAC porque não tem o interesse de discutir na Justiça o argumento da Sociedade Humanitária Tucuxi. “O conceito de maus-tratos é muito genérico. A empresa já fez dez rodeios em Jaboticabal e se pautou em normas nacionais e internacionais de proteção aos animais e aos competidores”, afirmou.

Ainda segundo Bianco, as provas são uma etapa do Professional Bull Riders, cuja final acontece em Las Vegas, o que demonstra, de acordo com ele, a seriedade dos organizadores. O rodeio de Jaboticabal ocorreu entre os dias 6 e 16 deste mês. A proibição de novos eventos passou a vigorar no dia 15.

O TAC agora vai ser apreciado pelo Conselho Superior do Ministério Público, que poderá homologá-lo ou não. Não há uma data prevista para ocorrer a apreciação do acordo pelo conselho.