Bruno assume que escreveu carta para Macarrão, mas nega que sabia do crime e não comenta suposto caso homossexual
O advogado Rui Pimenta, defensor do goleiro Bruno Souza, disse que seu cliente confirmou nesta segunda-feira (9) que escreveu uma carta a Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Segundo reportagem da revista Veja, Bruno pediu, nesta carta, que Macarrão assumisse o assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro desaparecida desde junho de 2010.
Os dois vão a júri popular, ainda sem data definida, juntamente com mais seis réus, pelo sumiço de Eliza.
Pimenta esteve na penitenciária de segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), onde Bruno e Macarrão estão presos, levando um exemplar da revista. Conforme ele, o goleiro disse ter tentado enviar a carta ao amigo na intenção de convencê-lo a assumir o suposto crime que, na versão do advogado, teria sido cometido sem o conhecimento do goleiro. Pimenta disse ainda que Bruno escreveu na carta que, caso Macarrão não concordasse em assumir a sua culpa, a amizade entre os dois estaria acabada.
Pimenta afirma que um trecho da carta foi suprimido da reportagem e nele estaria a confirmação de que Bruno não sabia do crime –ao contrário do que diz Veja. O parágrafo escrito seria um pedido do goleiro ao amigo para que assumisse a sua inteira responsabilidade pela morte da jovem. A carta, segundo o advogado, foi escrita por Bruno em novembro do ano passado. Ela não chegou às mãos de Macarrão por ter sido interceptada por um agente penitenciário, informou a reportagem.
Conforme a revista, o conteúdo da correspondência sugere que o goleiro, com o envio da carta, coloca em prática uma estratégia intitulada de “plano B” –que Macarrão assumisse o crime sozinho–, sendo que o “plano A” era negar a autoria da morte da jovem, o que os réus sempre afirmaram até o momento.
“Ele [Bruno] estranhou a retirada da última frase dele da carta. Não sei quem apagou, mas o trecho diz o seguinte: o plano B seria a confirmação de que o Macarrão tinha a obrigação de assumir o crime porque ele, ao matar Eliza Samudio, havia traído a confiança de Bruno, que em momento algum mandou ele fazer aquilo”, alegou o advogado.
Mais cedo, Pimenta havia dito que a carta versaria sobre o término de um suposto relacionamento homossexual entre Bruno e Macarrão. Questionado pelo UOL se teria conversado com o cliente sobre o assunto, Pimenta desconversou e afirmou que o caso estaria claro para ele.
“Só de haver um vídeo com cenas de sexo com dois homens e uma mulher, já comprovaria isso. Mas um é o homossexual ativo [Bruno] e, o outro, o homossexual passivo [Macarrão]”, disse aludindo a um vídeo que Eliza teria feito do próprio celular contendo uma orgia sexual entre ela, Bruno e Macarrão.
A revista retrata o assunto ao afirmar que pessoas próximas ao goleiro confirmaram a existência do material e que Eliza ameaçava divulgá-lo.
Pimenta disse que irá questionar a Secretaria de Estado de Defesa Social sobre a razão de a carta não ter sido enviada à juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), responsável pelo caso.
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) emitiu nota informando que o goleiro foi ouvido hoje e afirmou ter repassado a carta a um outro detento, que teria a incumbência de repassá-la a Macarrão. Sendo assim, informa a secretaria, a correspondência não teria passado pelos "procedimentos formais de envios de envio de cartas" aos detentos da penitenciária.
No entanto, a Seds informa que continuará a investigar o caso para apurar como se deu a saída da carta da unidade prisional. O resultado da apuração será encaminhado ao poder Judiciário para "eventual aplicação de sanção aos envolvidos".
O advogado Leonardo Diniz, defensor de Macarrão, disse que não comentaria as afirmações de Pimenta nem a reportagem da revista Veja.
Ciúmes
Pimenta voltou a afirmar que Macarrão teria sido o mentor do assassinato de Eliza por sentir ciúmes da relação entre ela e Bruno. “Ela foi morta por ciúmes e foi levada para ser morta pelo Macarrão”, afirmou. A tese vem sendo defendida por Pimenta desde que ele assumiu a defesa de Bruno.
De acordo com a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em sua casa, localizada na cidade de Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
“Isso é um caldeirão de emoções e sentimentos. A gente não sabe quem gostava mais de quem. Se o Bruno da Eliza, se o Macarrão da Eliza, ou se do Bruno”, filosofou o advogado, dando a entender que o caso teria ganhado contornos de um triângulo amoroso mal resolvido.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.