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Delegados da PF prometem parar amanhã; já em greve, agentes fazem manifestação em Brasília

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

07/08/2012 17h55

Depois de agentes, escrivães e papiloscopistas, que entraram em greve nesta terça-feira (7), agora são os delegados da Polícia Federal que prometem paralisar os trabalhos em todo o país a partir desta quarta (8).

Segundo a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, a categoria reivindica reposição salarial da inflação acumulada nos últimos três anos.

Conforme o presidente da associação, Leôncio Ribeiro, atividades relacionadas ao comando de operações e investigações em curso não serão prejudicadas. “O que o governo conseguiu é algo incomum: um nível de insatisfação tão generalizado que todas as carreiras da PF estarão paradas”.

Ribeiro afirma que, a princípio, a ideia é que o mínimo de 30% do efetivo obrigado por lei a não parar, possa ser ultrapassado.

“Operações referentes a desvios de dinheiro público e matérias eleitorais, por exemplo, vão continuar. Parar seria beneficiar a corrupção, o que a sociedade não admite. Assim, acreditamos que em várias unidades mais de 30% do efetivo vá trabalhar”, disse. “Ninguém é louco de parar operação em curso por conta de movimento reivindicatório”.

Para o dirigente, os serviços que poderão ser afetados com a paralisação dos delegados são os de caráter administrativo.  “Como liberação de autorização de produtos químicos a empresas, por exemplo”, citou. “A ideia é endurecer se o governo não negociar como está previsto para amanhã e semana que vem”, disse, referindo-se à reunião entre os grevistas e o Ministério da Justiça, marcada para amanhã, e com o Ministério do Planejamento, na semana que vem.

Greve de agentes

Cerca de 300 policiais, entre agentes, escrivães e papiloscopistas, protestam desde as 8h em frente à sede da PF, no centro de Brasília. Policiais Federais de todo o país decretaram oficialmente greve a partir de hoje (7) por tempo indeterminado. O único Estado em que ainda não se oficializou a paralisação é o Rio de Janeiro.

Os grevistas querem a reestruturação de salários e de carreiras, por meio de ações como a derrubada de uma portaria do Ministério do Planejamento, de 1989, que concede à categoria atribuições de nível médio.

Em todo o país, conforme os números da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), a PF tem cerca de 6.500 agentes, 2.000 escrivães e 700 papiloscopistas, além de 2.000 delegados que não aderiram à paralisação.

Hoje, um salário-base de agente da PF é de R$ 7.514. O de delegados varia de R$ 13.368 a R$ 19.700.

Entre as ações dos grevistas, estão previstas operações-padrão em aeroportos --como o JK, em Brasília, Cumbica, em Guarulhos (SP), e Salgado Filho, em Porto Alegre --, o que deve atrasar atividades rotineiras como a verificação de passaportes. (Com Agência Brasil)