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Promotor nega tortura contra réu do caso Celso Daniel

Fabio Leite

Do UOL, em Itapecerica da Serra (SP)

16/08/2012 16h22

O promotor Márcio Friggi negou nesta quinta-feira (16), durante julgamento no Tribunal do Júri de Itapecerica da Serra (SP), que o réu Elcyd Oliveira Brito, o "John", tenha sido torturado para confessar sua participação no sequestro e assassinato do prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel (PT), em janeiro de 2002.

"Não houve tortura alguma em nenhuma fase do processo", afirmou Friggi. "Quando a tese é negativa e, numa fase anterior do processo, o réu admitiu culpa a resposta padrão é de que houve tortura", completou.

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Nesta manhã, durante o seu julgamento, "John" negou a participação no crime e disse ter sido torturado no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) para confessar a participação no assassinato.

"Na época foi torturado sim, tanto fisicamente quanto psicologicamente", disse "John". Questionado pelo juiz Antonio Augusto Hristov sobre os supostos métodos de tortura empregados, ele afirmou: "porrada e choque".

O réu acusou ainda promotores de Santo André que investigavam o crime à época de pressioná-lo a assinar a confissão. "Me prometeram mundos e fundos. Diziam que se eu aceitasse [a confessar] me dariam a liberdade, se negasse ficaria o resto da vida na cadeia", afirmou "John".

Segundo a acusação, "John" foi o motorista da Blazer que interceptou a Pajero na qual estavam Celso Daniel e o empresário Sérgio Gomes da Silva, o "Sombra", na noite do dia 18 de janeiro de 2002. Ele está sendo julgado nesta quinta-feira por homicídio duplamente qualificado e pode pegar até 30 anos de prisão.

O corpo de Celso Daniel foi encontrado em uma estrada de terra em Juquitiba na manhã do dia 20 de janeiro com onze tiros. Para a promotoria, "Sombra" foi o mandante do crime. O júri de "Sombra" deve ocorrer ainda este ano.

Outros três réus do caso, que foram condenados em maio deste ano, também afirmaram em seus julgamentos que foram torturados no DHPP para confessar a participação no crime.

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