Há uma marcha para o interior, mas metrópoles ainda atraem, afirma professora sobre distribuição da população
As regiões Sudeste e Nordeste reúnem, juntas, 69% da população brasileira. A primeira, com 82,1 milhões de residentes, é a mais populosa do país. A segunda conta com 54,2 milhões de pessoas, sobretudo nas metrópoles. Apesar da grande densidade demográfica na faixa litorânea do país, “existe efetivamente uma marcha para o oeste, onde as manchas populacionais são cada vez maiores”, afirma Iná Elias de Castro, professora de Geografia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Os dados foram divulgados na sexta-feira (21) pela Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com 2011 como ano-base.
Segundo o levantamento, as taxas mais altas de aumento populacional são encontradas, de fato, no Norte e Centro-Oeste. Entre 2009 e 2011, a população do Norte cresceu 3,1%, e a do Centro-Oeste, 2,8%. Em números absolutos, porém, são as regiões menos populosas do país, com 16,5 milhões e 14,2 milhões de residentes, respectivamente.
Para Iná, uma comparação do mapa demográfico atual do Brasil com o dos anos 50, 60 e até 90 possibilita ver com mais clareza esta “marcha para o oeste”. Isto não elimina, porém, a atração pelos polos urbanos e industriais das áreas mais ocupadas.
“Existe realmente um processo de interiorização da população, mas não haverá nenhum deslocamento a ponto de essa mancha sudeste e nordeste se mudar toda para o interior”, pontua. “As grandes metrópoles continuam sendo muito atraentes também”, acrescenta.
A Pnad mostra que, em termos percentuais, Nordeste e Sudeste registraram um crescimento populacional de 1,6% entre 2009 e 2011. Em 2009, quando foi feito o último levantamento, a população do Sudeste era de 80,8 milhões, e a do Nordeste, de 53,3 milhões.
O Sul, com 27,9 milhões de residentes, teve aumento populacional de 1,4%, a menor taxa entre as regiões.
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