Cabo por onde alpinista subia rompeu durante escalada, diz Federação de Montanhismo no Rio
A Femerj (Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro) realizou uma vistoria na noite de domingo (2) no morro do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, no local onde o alpinista Bruno da Silva Mendes, 32, escalava antes da queda que provocou sua morte. Dois escaladores da federeção constataram que o cabo de aço por onde ele subia se rompeu na Via Cepi, um caminho muito popular entre os alpinistas, fazendo com que Bruno caísse de uma altura de cerca de 60 metros.
Segundo Delson de Queiroz, presidente da Femerj, Bruno e Andrea Pereira, 40, que o acompanhava na subida, utilizavam grampos na chamada escalada livre e, no final, decidiram chegar ao cume pelo cabo de aço da Via Cepi. “Pelo que eu sei, eles eram experientes, tinham feito cursos, não eram leigos sem saber o que estavam fazendo. O caminho era compatível com a experiência deles”, explicou nesta segunda-feira (3). “Esse cabo foi trocado em 2009, era bem novo para se romper, já que duram pelo menos dez anos. Ainda estamos tentando entender o que aconteceu.”
"Acredito que não tenha muito impacto. As pessoas vão continuar escalando. Houve outros acidentes no local, inclusive nessa mesma via", afirmou o presidente da Femerj."Tanto que há mais de uma década, em um trecho inicial, foram substituídas as formas de subir, para evitar que pessoas com menos qualificação escalassem a área local".
O caso foi registrado na 10ª DP (Botafogo) como acidente. Durante esta semana, a polícia vai ouvir testemunhas para poder encaminhar a investigação. A trilha do Pão de Açúcar utilizada pelo alpinista foi interditada para realização de perícia, por instrutores de rapel da Acadepol e peritos da Polícia Civil. Além disso, o material usado por Bruno também será periciado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli.
Será verificado ainda se a vítima estava utilizando equipamento de proteção individual. O resultado das investigações poderá esclarecer se houve falha humana, falha do equipamento ou problemas na trilha.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a alpinista Andrea teve ferimentos leves e recebeu alta do Hospital Miguel Couto, na noite de ontem.
O caminho escolhido pelos alpinistas para finalizar a escalada foi criado em 1972. No início, a via era considerada perigosa, por causa da facilidade que ela promovia para pessoas menos experientes e sem equipamento adequado, que subiam segurando o cabo de aço, causando muitos acidentes.
“Há dez anos, foram tirados alguns metros de cabo de aço, obrigando os alpinistas a terem equipamento para subir pelos grampos e depois pegar a Via Cepi. Desde então, o primeiro acidente nesta via foi o de ontem”, diz Queiroz. “Não temos todo o mecanismo da queda. Só sabemos que ela foi provocada pelo cabo, mas ele poderia não ter caído de uma altura tão grande. Quedas eventualmente acontecem durante a escalada, mas são curtas e causam alguns arranhões.”
O corpo de Bruno será enterrado às 16h desta segunda-feira, Cemitério Maruí, em Niterói, região metropolitana do Rio.
*Com informações da Agência Brasil
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