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Defesa de Elize Matsunaga pede exumação de corpo de Marcos; MP analisa

Thiago Varella

Do UOL, em São Paulo

11/12/2012 15h00Atualizada em 11/12/2012 15h46

A defesa de Elize Matsunaga, que confessou o assassinato do marido Marcos, pediu a exumação do corpo do diretor da Yoki para saber a real causa de morte, ocorrida em maio deste ano. O promotor José Carlos Cosenzo afirma, no entanto, que ainda falta uma "manifestação" do Ministério Público sobre o tema.

Elize Matsunaga iria falar nesta terça-feira (11) pela primeira vez à Justiça. Entretanto, ela só deve depor quando a amante do diretor da Yoki, Nathalia Vila Real, também prestar depoimento, o que só deve acontecer no final de janeiro

O MP deve agora checar se é possível tecnicamente exumar o corpo e, se for viável, concordar. O promotor diz que acata o pedido, embora discorde dele por achar que o perito foi ouvido por cinco horas e “não há contrariedade” naquilo que apresentou. Segundo ele, a defesa quer excluir o meio cruel das agravantes e provar que houve fratura de crânio pelo tiro.

Apesar disto, Consenzo diz que aceitaria a exumação para que depois “alguém diga que o MP não deixou fazer provas”. Ele acredita que se acontecer a exumação, será uma segunda morte para a família. “O momento da morte é impossível de estabelecer, porque o corpo foi encontrado esquartejado”, ressaltou.

Para Luciano Santoro,  advogado de defesa de Elize, existem inúmeras contradições sobre o que o legista apresentou. "O legista se contradisse no depoimento feito à Justiça. Ele não confirma vários pontos do laudo", disse. 

A advogada Roselle Soglio disse que no laudo o legista fala que não houve fratura no crânio, mas na certidão de óbito fala que houve. Na audiência, o legista não soube dizer se houve ou não a fratura. "Para responder a essas questões, resolvemos pedir a exumação". A defesa sustenta a tese de que Marcos morreu com o tiro na cabeça deferido por Elize e que já estava morto quando foi degolado e esquartejado. O laudo diz que ele teria aspirado sangue por causa da degola. 

Depoimento da babá

Segundo o promotor, no depoimento, a babá Mauriceia José Gonçalves dos Santos desmentiu o que Elize havia dito no telefonema para a polícia. Elize disse que tinha sido ameaçada, e que teria ido para um hotel. Mauriceia negou que tenha ido para um hotel com Elize sem Marcos. Já o advogado de defesa afirmou que a babá confirmou que foi para um hotel, mas sem saber precisar a data. Segundo ele, Elize não teria contado "detalhes da relação com Marcos e da ligação para a babá".

A babá pediu para não prestar depoimento na frente da Eliza. “Eu tenho medo. Se ela fez aquilo com o marido dela, imagina o que pode fazer comigo”, afirmou.

De acordo com o promotor, nem ela, nem qualquer funcionário da casa teriam presenciado qualquer agressão de Marcos. Ela disse que Marcos tratava Elize como uma princesa. Por sua vez, a defesa contou que a babá afirmou que nos últimos três meses de relacionamento o casal passou a brigar. Mauriceia também teria confirmado que Marcos enviou flores como pedido de desculpas durante viagem à Costa do Sauípe, o que para a defesa demonstra que o casal brigava.

O advogado de defesa achou o depoimento da babá "estranho", já que Mauriceia, por várias vezes, afirmou desconhecer informações óbvias do dia a dia do casal. "Ela ainda é funcionária do pai do Marcos. Acho que ela tem medo de perder o emprego".