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Líder do MST é assassinado a tiros em Campos (RJ)

Corpo de Cícero Guedes dos Santos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em Campos dos Goytacazes (RJ), é encontrado numa estrada vicinal - Mauro de Souza/Ururau/Futura Press
Corpo de Cícero Guedes dos Santos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em Campos dos Goytacazes (RJ), é encontrado numa estrada vicinal Imagem: Mauro de Souza/Ururau/Futura Press

Felipe Martins

Do UOL, no Rio

26/01/2013 14h51

O corpo de Cícero Guedes dos Santos, 47, líder de um assentamento rural do MST (Movimento Sem-Terra) em Campos, cidade do norte fluminense, foi encontrado na manhã deste sábado (26) próximo a uma usina desativada onde os trabalhadores rurais ocuparam as terras, na localidade de Martins Lage. Cícero era coordenador do MST no município.

Segundo trabalhadores que estão acampados na região, Guedes dos Santos saiu da usina na tarde desta sexta-feira (25) e não foi mais visto desde então. O corpo foi encontrado com vários disparos na cabeça e nas costas. A perícia da Polícia Civil não encontrou cápsulas de bala no local do crime, mas ao retirar o corpo, os bombeiros encontraram uma munição de pistola calibre 40.

Na página do MST na internet, o movimento descreve o crime como "resultado da violência do latifúndio, da impunidade das mortes dos sem-terra e da lentidão do Incra para assentar as famílias e fazer a Reforma Agrária. O MST exige que os culpados sejam julgados, condenados e presos", diz o texto publicado.

Ainda de acordo com o MST, em dezembro o Incra se comprometeu a criar um assentamento de trabalhadores rurais nas terras da usina, mas até agora, ainda de acordo com o movimento, não cumpriu o prometido.

O caso foi registrado na 134ª DP (Campos).

Ocupação

As terras da Usina Cambahyba, onde o coordenador do MST foi assassinado, estão ocupadas pelos trabalhadores rurais há cerca de dois meses por cerca de 100 famílias. Os trabalhadores já tinham prestado queixa à polícia apenas três dias após a ocupação, na sede da 134ª DP. Em novembro, os sem-terra já denunciavam que um coordenador do grupo vinha sendo ameaçado de morte, mas o nome do líder não foi revelado.

Guedes dos Santos é o terceiro trabalhador sem-terra assassinado em menos de dois meses em Campos. Em novembro do ano passado, o UOL noticiou a morte do líder de um acampamento de trabalhadores sem-terra formado por cortadores de cana-de-açúcar. Antônio Carlos Biazini, 45, foi morto quando saía do acampamento para ordenhar vacas. Ele estava ao lado do acampado Joais da Silva Rocha, 25, que também acabou assassinado.