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Abordagem de policiais com metralhadora a foliões de bloco de Carnaval em Natal é investigada pela PM

Policiais são flagrados abordando foliões com metralhadoras na praia da Redinha, em Natal (RN) - Tácio Cavalcanti/Via Certa Natal/ Divulgação
Policiais são flagrados abordando foliões com metralhadoras na praia da Redinha, em Natal (RN) Imagem: Tácio Cavalcanti/Via Certa Natal/ Divulgação

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

13/02/2013 22h47Atualizada em 13/02/2013 23h21

O comando da PM (Polícia Militar) do Rio Grande do Norte está investigando a conduta de policiais em abordagem a foliões feita na tarde desta Quarta-feira de Cinzas (13), durante o desfile do bloco Baiacu na Vara, que ocorreu na praia da Redinha, em Natal.

A versão da PM sobre o tumulto é conflitante com a de foliões e de testemunhas da abordagem. A polícia informou que foi acionada para conter uma “briga entre galeras rivais” que estavam no bloco.

Já testemunhas afirmaram que policiais tentaram passar com o carro da PM pelo meio do bloco com “brutalidade” e para dispersar logo os participantes efetuaram disparos de arma de fogo para o alto quando o tumulto foi iniciado.

O vereador de Natal Hugo Manso (PT) presenciou a abordagem e relatou que a “PM queria passar por dentro do bloco para cortar caminho e começou a atirar para cima intimidando a todos.”

Organizadores do bloco denunciaram que os policiais chegaram agredindo os “foliões sem dar tempo que eles saíssem do meio da rua”. Durante as prisões de duas pessoas, mais outros foliões que tentaram impedir a ação da PM foram detidos. A polícia informou que um dos presos tentou pegar a arma de um militar e por isso foi imobilizado.

A polêmica sobre supostos excessos dos militares foi parar na Delegacia de Polícia da Zona Norte, onde cinco pessoas foram detidas por terem também supostamente agredido os policiais, que usaram metralhadoras e barras de ferro para render foliões do bloco.

O desfile do bloco Baiacu na Vara, que ocorre há mais de duas décadas nas ruas da praia da Redinha, foi interrompido antes do percurso projetado.

O comando da PM informou à reportagem do UOL que, ao saber da confusão, enviou uma equipe para a delegacia para acompanhar os procedimentos adotados. “Não será tolerado nenhum ato de truculência por parte dos policiais, o que será apurado no rigor da lei”, informou o comando da PM.

O promotor de Justiça de Natal Claudio M. Onofre criticou a ação dos policiais e postou no Twitter que “a truculência é uma rotina na PM”, respondendo uma pergunta de uma pessoa sobre o porquê de policiais se sentirem intimidados ao serem filmados durante ações.