Cruzeiro promovido por bar é cancelado seis dias antes do embarque; pelo menos 168 pessoas são prejudicadas

Um cruzeiro promovido pelo bar O Botiquim, de Piracicaba (164 km de São Paulo), foi cancelado pela agência de turismo seis dias antes de os passageiros embarcarem. Pelo menos 168 pessoas foram prejudicadas. Na manhã desta segunda-feira (25), ao menos 20 passageiros –-que pagaram pelo menos R$ 1.200 pela viagem-- registraram queixa no 1º DP (Distrito Policial) da cidade. O delegado Rinaldo Puia, confirmou que o caso é de estelionato.

De acordo com a polícia, os clientes foram informados por funcionários da agência de viagens RR Tur, via telefone, que não poderiam embarcar. O comunicado foi feito na sexta-feira (21), apenas seis dias antes do embarque. “Vamos averiguar tudo com cautela, mas por enquanto, o caso será tratado como estelionato”, disse o delegado.

Alguns passageiros estavam com a viagem programada desde fevereiro do ano passado. O navio sairia de Santos na próxima quarta-feira (27) e passaria por Ilha Bela, Búzios e Ilha Privativa, no Rio, retornando no domingo (3).

“Seria a minha primeira vez num navio. Estava feliz. Agora, voltou a ser um sonho que terá de ser adiado. Eu me programei para viajar com meus amigos. Já estava quase tudo pronto, quando recebemos a notícia. Foi frustrante. Agora, não sei quando vou poder viajar de novo”, disse a supervisora de loja Vanessa Valverde, 26.

Vanessa contou que tirou 20 dias de férias e volta ao trabalho na próxima segunda-feira (4). “Eu não tenho mais tempo para viajar. Para fazer essa viagem, tive de entrar em acordo, agora acabou tudo. Vamos ver se pelo menos devolvem nosso dinheiro”, reclamou

Em nota, a empresa RR Tur informou que, "devido a problemas operacionais", não será possível o embarque dos passageiros no cruzeiro. A agência ainda afirma que está disposta a colocar os clientes em outro cruzeiro, em novembro, ou a devolver o dinheiro em 30 dias.

No comunicado, a empresa assume a responsabilidade pelas falhas e "exime" o comércio O Botiquim e seu proprietário, Marcelo Benedito Andrade, da responsabilidade. Eles dizem que o dono do bar "não tinha ingerência" no processo. A reportagem tentou contato com Andrade, por telefone, mas não obteve retorno.