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Segundo dia tem choro de Bruno e negativa de sequestro de bebê por Dayanne

Carlos Eduardo Cherem, Guilherme Balza e Rayder Bragon

Do UOL, em Contagem (MG)

05/03/2013 22h35Atualizada em 05/03/2013 23h36

O segundo dia do julgamento de Bruno e sua ex-mulher Dayanne de Souza foi marcado pelo choro do goleiro e da negativa de Dayanne de que tenha sequestrado o filho dele com Eliza.

O júri teve início nesta terça-feira (5) com o depoimento de Célia Aparecida Rosa Sales, que procurou livrar o jogador da responsabilidade pela morte de Eliza Samudio.

Célia afirmou que viajou para o sítio de Bruno em Esmeraldas (MG), "no dia 9 ou 10 de junho", de 2010, período em que Eliza esteve no local. De acordo com a depoente, a modelo não estava sob cárcere privado, como sustenta a acusação e a polícia.

A prima de Bruno afirmou que Eliza, inclusive, se ofereceu para ajudar ela e Dayanne Souza a fazer o almoço. "Ela estava pegando sol na varanda, de biquíni. Se ofereceu para ajudar a fazer a comida."

Bruno aperentemente chorou bastante na exibição dos vídeos sobre Eliza Samudio.

O dia também foi marcado também pela dispensa de testemunhas. O promotor Henry Wagner de Castro dispensou o depoimento do detento Jaílson Alves de Oliveira, que está preso na penitenciária Nelson Hungria, onde também estão reclusos o goleiro Bruno Fernandes, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

Ex de Macarrão diz que ordem para matar Eliza foi de Bruno

Castro teria ouvido de Bola que Eliza teria sido morta a mando de Bruno.

No meio da tarde, Dayanne começou a depor. Ela disse que não sequestrou o filho de Bruno e Eliza e que a modelo não parecia estar em cárcere privado no sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG). Dayanne disse ainda que Bruno estaria sendo ameaçado por Eliza

Dayanne também afirmou que no dia que Eliza foi levada por Macarrão e o primo de Bruno, Jorge Luiz Rosa, do sítio do goleiro, Rosa voltou “com os olhos arregalados”. "Jorge estava com o olho deste tamanho, arregalado, assustado", afirmou.

 

Por fim, Dayanne disse que Macarrão e Bruno pediram para ela que escondesse o bebê. "Tanto Bruno quando Macarrão me ligaram e pediram que eu negasse que estava com a criança", disse Dayanne.

Na saída, em meio tumulto provocado pela imprensa, Dayanne diz que não mentiu.

Advogado pediu regime domiciliar

Durante a tarde, Lucio Adolfo da Silva, advogado do goleiro, afirmou que ele não seria condenado, mas disse que já havia ingressado com um pedido de habeas corpus que permitira Bruno a ficar em prisão domiciliar.

"Nesse habeas corpus, eu disse para o desembargador-relator que o Bruno é réu primário, que o Bruno tem residência fixa, que o Bruno tem uma proposta de trabalho e apresentou seu passaporte", afirmou Aldolfo da Silva.

Mãe de Eliza diz que queriam matar bebê

Ao final do segundo dia de julgamento, a mãe de Eliza, Sonia Moura, afirmou que o filho da modelo e Bruno escapou da morte. "Não mataram o Bruninho porque não conseguiram entregá-lo ao executor", afirmou, ao se referir à declaração de Dayanne de que foi instruída por Macarrão a se encontrar com o ex-policial José Laureano, conhecido como Zezé, que iria ligar para ela. 

Defesa e Promotoria

Tiago Lenoir, advogado de Bruno e Dayanne, disse que sua cliente teve um comportamento "tranquilo e verdadeiro" em seu depoimento nesta terça.

Lenoir negou que as declarações dela complicaram a situação do goleiro --ela disse ter sentido cheiro de queimado no dia do suposto sumiço de Eliza. A polícia descobriu, posteriormente, que a mala da modelo havia sido queimada nesse dia.

"Ninguém falou que foi o Bruno [que queimou a mala]." Da declaração de Dayanne sobre esconder a criança, ele disse que "foi o Macarrão que orientou" a ré.

Segundo ele, Bruno dará nesta quarta um depoimento esclarecedor. "Chegou a hora de ele ser goleiro dele mesmo", afirmou.

Para o promotor Henry Casto, o depoimento de Dayanne foi favorável à acusação. "Ela confessou", afirmou.