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Advogado de Bruno diz que ele pode ter mentido em seu depoimento

Carlos Eduardo Cherem, Guilherme Balza e Rayder Bragon

Do UOL, em Contagem (MG)

06/03/2013 22h01Atualizada em 06/03/2013 22h36

Lucio Adolfo da Silva, advogado do goleiro Bruno Fernandes, afirmou, após o terceiro dia do julgamento do ex-atleta pelo sequestro e morte de sua ex-namorada Eliza Samudio, que seu cliente pode ter mentido no depoimento que deu hoje, no Tribunal do Júri de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte). "É possível, sim. Não duvido", disse o advogado.

Adolfo da Silva lembrou o depoimento da delegada Ana Maria dos Santos ao Tribunal do Júri, na segunda-feira (5), que afirmou que Bruno "mente para se proteger".

Nesta quinta-feira (7), começam os debates entre defesa e acusação. Depois deles, os jurados se reúnem e decidem se condenarão ou não Bruno e sua ex-mulher Dayanne de Souza, acusada do sequestro do filho de Bruno e Eliza.

O defensor do goleiro afirmou que espera que Bruno tenha uma redução de sua pena, como ocorreu com Luiz Henrique Romão, o Macarrão, que foi condenado em novembro a 15 anos de prisão --sua pena foi atenuada pela confissão de que levou Eliza para seu assassino.

Adolfo da Silva afirmou que vai tentar derrubar a tese de homicídio triplamente qualificado para homicídio simples --a redução da pena pode chegar a 10 anos, segundo o advogado.

No depoimento de hoje, Bruno afirmou que Macarrão contratou o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, para matar Eliza.

Promotoria não vê confissão

O promotor Henry Castro afirmou, no entanto, ao final do depoimento de Bruno, não ter visto "nenhuma confissão" que justifique uma redução de pena.

"O réu Bruno não confessou. Não há sequer um único traço de confissão [no depoimento de Bruno]", afirmou o promotor.

De acordo com Castro, a situação de Bruno é "sensivelmente diferente da de Macarrão, o qual confessou de maneira tímida". "A delação de Bola não altera a culpa de Bruno. Não tem efeito do ponto de vista legal", afirmou.

Castro disse ainda que a defesa do goleiro errou ao não permitir que ele respondesse perguntas da Promotoria. "Na visão do cidadão, quem cala consente", afirmou.

Ele disse esperar uma pena "exemplar" para o ex-atleta "tangenciando os 30 anos".