"Eu o perdoo por tudo", diz Bruno sobre Macarrão
Em resposta a um dos jurados do Tribunal de Júri de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), o goleiro Bruno Fernandes afirmou que perdoa Luiz Henrique Romão, o Macarrão, pela morte de Eliza Samudio --Bruno o responsabiliza pelo crime-- e por ter apontado-o como autor do crime em novembro passado.
“Nossa relação hoje... Independente de qualquer coisa, eu o perdoo por tudo. Mas ele vai cuidar da família dele e eu da minha. É difícil ter uma relação de amizade [depois do que aconteceu]”, disse o goleiro, em resposta a uma pergunta de um jurado que o indagou sobre sua relação hoje com Macarrão. "Ao longo do tempo, na prisão, aquele vinculo da amizade deu uma diminuída."
Antes, também em resposta a um jurado, Bruno disse não ter denunciado os responsáveis pela morte de Eliza Samudio quando tomou conhecimento do crime por temer represálias dos envolvidos.
Segundo Bruno, a morte de Eliza foi planejada por Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e executada por Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Ela soube do crime pelo primo, o então menor Jorge Luiz Rosa, horas depois, no sítio dele em Esmeraldas (MG).
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“Não fiz essa denúncia por medo, por ter medo de acontecer alguma coisa com minhas filhas, comigo”, respondeu o goleiro. Outro motivo apresentado por Bruno é a relação de amizade dele com Macarrão. “Pelo fato de convivermos muito tempo e termos um vínculo muito grande de amizade.”
“Medo de quem?”, interrompeu a juíza. “Dessas pessoas que estavam envolvidas”, disse o goleiro. “Incluindo Luiz Henrique?”, questionou Marixa Fabiane Lopes. “Sim senhora”, respondeu Bruno.
O goleiro se atrapalhou ao responder outra pergunta de um jurado, que questionou o fato de Bruno admitir que tem culpa na morte de Eliza --sob argumento de que a poderia ter evitado--, mas não indica em qual momento poderia ter impedido o crime .
“Já que o senhor assume que não participou da morte de Eliza, em que momento acha que tem culpa?”, perguntou um jurado. “Eu poderia ter denunciado quando fiquei sabendo [da morte]”, respondeu Bruno. “Denunciado a morte?”, acrescentou a juíza. “Sim, senhora”, disse o goleiro.
A juíza, então, voltou a interrogar Bruno, dizendo que a pergunta do jurado referia-se ao momento anterior à morte de Eliza. “A pergunta é antes: no que o senhor foi omisso ou permissivo antes dela morrer?”, questionou a juíza.
“Na minha presença no sítio, ela sempre foi muito bem tratada. Jamais passava pela minha cabeça o que poderia acontecer. Depois, eu parei para pensar um pouco...”, disse o goleiro, sendo interrompido pela juíza. “Então o senhor não se sente omisso, nem permissivo?”, perguntou a juíza.
“Eu acho que fui omisso”, respondeu Bruno. “Em que consistiu a sua omissão?”, perguntou a magistrada. “Não posso explicar a senhora. Por exemplo, o Luiz Henrique discutia com Eliza. Eu podia evitar essas discussões. Quando fiquei sabendo disso, poderia ter impedido.”
Quando perguntado sobre os motivos que o levaram a afirmar, em uma entrevista que deu após um treino do Flamengo, na época em que o caso se tornou público, que “esperava que Eliza aparecesse logo”, apesar de saber que ela estava morta, o goleiro disse que estava “acuado.”
“Ali eu me sentia acuado, perseguido. Já tinha começado as investigações. Meu advogado disse para eu não falar com a imprensa. Se olhar bem meu semblante [na entrevista], eu estava abatido, chateado. Falei mais pelo fato de querer desabafar, dizer alguma coisa”, afirmou Bruno.
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