Bruno não vai responder perguntas da Promotoria e de advogados de acusação
Começou, por volta de 14h, o interrogatório do goleiro Bruno Fernandes ao Tribunal do Júri de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte). Antes do início do depoimento, o advogado Lúcio Adolfo da Silva, defensor do goleiro, afirmou que ele não irá responder qualquer pergunta do promotor Henry Wagner de Castro e de advogaados de acusação e só retrucará os questionamentos da juíza Marixa Fabiane Lopes, dos sete jurados e de seus defensores.
Acusado pelo sequestro de Eliza Samudio e seu filho Bruninho e pela morte da modelo, o goleiro dará sua versão sobre o episódio. Com autorização da juíza, a defesa do goleiro Bruno se reuniu com o réu antes do interrogatório. Na conversa, os advogados devem decidir com Bruno qual será a estratégia ao longo do depoimento. Existe a expectativa de Bruno confessar, ao menos parcialmente, a participação no crime. Ontem, a ré Dayanne Souza, ex-mulher do goleiro, depôs por cerca de 4 horas.
Mudança de postura
O ex-goleiro do Flamengo abandonou a postura altiva e se manteve cabisbaixo a maior parte do tempo ao longo do júri. Com a Bíblia na mão, o goleiro chorou de maneira contida na segunda-feira e repetiu a dose, com mais intensidade, na sessão de ontem.
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A possibilidade de confissão foi admitida tanto pela acusação quando pela defesa. A atual noiva do goleiro, Ingrid Calheiros, afirmou que ele contará “tudo que sabe” sobre o caso.
O advogado Cidney Mendes Karpinski, assistente de acusação da Promotoria, confirmou nesta terça-feira (5) ter havido uma conversa com a defesa do goleiro Bruno Fernandes com relação a uma possível confissão do réu no julgamento sobre o sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do jogador desaparecida desde 2010. O júri popular começou na segunda-feira (4).
Negociação para confissão
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"Eu aconselhei e conversei rapidamente com o Lúcio Adolfo e com o Tiago no sentido de que viessem a avaliar essa situação desfavorável ao Bruno. O atenuante [confissão] poderia ser favorável ao Bruno. Essa confissão daria benefícios ao réu", disse o advogado. Questionado sobre a intenção declarada em ajudar o goleiro, já que ele é da acusação, Karpinski afirmou que a busca é pela "justiça".
"Na realidade, o que se busca é a justiça. Se ele confessa, o que é um direito dele, é porque a gente acredita também na reabilitação dele, embora o crime tenha sido brutal", disse o representante do pai de Eliza Samudio. Conforme o advogado, o goleiro não se beneficiaria em nada negando o crime.
"Mas isso vai ficar a critério dele", resumiu o defensor. Perguntado sobre qual teria sido o posicionamento dos advogados do goleiro, Karpinski disse que a proposta não teria sido rechaçada. "Na verdade, eles não chegaram a responder. Eles disseram assim: doutor, traga a proposta e depois nós conversamos", declarou.
Defesa nega
Lúcio Adolfo da Silva confirmou ter mantido a conversação com Karpinski, mas se recusou a revelar o teor do diálogo. Em entrevista à imprensa do lado de fora do fórum, no entanto, o advogado negou a existência de um acordo em curso para uma suposta confissão de Bruno. "Tribunal do júri não é balcão de negócios", disse o defensor do goleiro Bruno.
Mais tarde, em uma rápida conversa com o UOL, Adolfo da Silva disse que o cliente "pode falar o que quiser". Em seguida, ele afirmou que não iria "adiantar nada para ninguém". "Vocês estão querendo saber antes da hora", afirmou Silva.
Sem acordo
Na segunda-feira (4), o promotor Henry Wagner de Castro afirmou que não existir qualquer "possibilidade de acordo" para que o atleta confesse o crime.
Bruno só não foi julgado com Macarrão porque, no meio do júri, dispensou o advogado Rui Pimenta, com o argumento de que não se sentia seguro com o defensor.
"Não trabalho com a expectativa de confissão. A confissão de Bruno não é imporante para que provemos a culpa. As provas são robustas, constantes e respaldadas."
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