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Bruno levava drogas da Rocinha para Ribeirão das Neves (MG), diz promotor

Carlos Eduardo Cherem, Guilherme Balza e Rayder Bragon

Do UOL, em Contagem (MG)

07/03/2013 12h20

O promotor Henry Wagner de Castro afirmou, na manhã desta quinta-feira (7), aos jurados do Tribunal de Júri de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), que o goleiro Bruno Fernandes traficava drogas da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, para a cidade de Ribeirão das Neves, sua cidade natal, localizada na Grande BH.

Castro citou um depoimento de Vinicius Barbosa, um ex-segurança do traficante Nem, que chefiava o tráfico na favela carioca. “Ele disse que era Bruno que fazia todas as transações na Rocinha e levava droga de lá para Ribeirão das Neves”

Antes, o promotor disse que Bruno deseja “pisar em Eliza e no filho como se fossem baratas”. Castro tem direito a 2h30 de fala, mesmo tempo que terá a defesa em sua resposta. Na sequência, acusação e defesa poderão utilizar mais duas horas na réplica e na tréplica, respectivamente.

De acordo com o promotor, Barbosa afirmou que Bruno sempre participava de festas na Rocinha, organizadas por Nem, “regadas a cocaína e maconha”. “Ele disse que o Bruno costumeiramente consumia cocaína e maconha.”

O promotor sustentou ainda que o goleiro comandava o tráfico no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde cresceu. "Bruno sempre foi envolvido com o narcotráfico. Está nos autos do processo. Várias vezes já se disse, aqui no plenário, através de depoimentos, que quem mandava no narcotráfico de Ribeirão das Neves era Bruno, Macarrão e Cleiton.”

Ainda segundo promotor, o ex-segurança de Nem disse que Bruno afirmou ter envolvimento com a máfia de caça níqueis no bairro Liberdade e que o goleiro confirmou, em uma festa na Rocinha, que havia matado mesmo Eliza junto com Macarrão e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

Castro sustentou que Bruno teve várias relações sexuais com Eliza Samudio quando a modelo já estava grávida de Bruninho, filho dela com o jogador. “Eliza tinha relações sexuais reiteradamente com Bruno quando já estava grávida.”

O promotor citou uma conversa online entre Eliza e uma amiga, apreendida no laptop da modelo, datada de fevereiro de 2010. Na conversa, Eliza diz que ela e Bruno sempre mantinham relações sexuais olhando para o mar.

De acordo com Castro, Bruno ameaçou Eliza, dizendo que, se ele a matasse, ninguém encontraria seu corpo. "Com as ameaças para tomar abortivos, o goleiro falou para Eliza que se a matasse, nunca iriam encontrar seu corpo.”