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Bruno pede para falar novamente e diz que "sabia" da morte de Eliza

Carlos Eduardo Cherem, Guilherme Balza e Rayder Bragon

Do UOL, em Contagem (MG)

07/03/2013 10h42Atualizada em 07/03/2013 11h23

O goleiro Bruno Fernandes pediu para ser interrogado novamente nesta quinta-feira (7), no Tribunal do Júri de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), e afirmou que sabia que Eliza Samudio seria morta.

“Sabia e imaginava [que Eliza iria morrer]", disse. Questionado pela juíza Marixa Fabiane Lopes sobre como ele sabia que a modelo seria assassinada, Bruno voltou a culpar Luiz Henrique Romão, o Macarrão. "[Sabia] pelas brigas constantes [entre Macarrão e Eliza], pelas agressões do Macarrão, pelo fato de eu ter entregado para Macarrão o dinheiro de Eliza.”

O dinheiro a que Bruno se refere seria a quantia de R$ 30 mil que Macarrão sacou no Rio de Janeiro e entregou à Eliza no sítio do goleiro em Esmeraldas (MG). O montante seria resultado de um acordo com o goleiro. Apesar de confusa, a declaração de Bruno dá a entender que eles só aceitaram entregar o dinheiro para a modelo porque já sabiam que ela seria morta.

No interrogatório de ontem, o goleiro não chegou a afirmar que sabia que Eliza seria morta, apesar de ter dito que poderia ter evitado o seu assassinato. O procedimento que permite ao acusado falar novamente ao júri, chamado de reinterrogatório, é um direito do réu. A declaração foi a única feita para o Bruno. Ele não respondeu a perguntas dos advogados de defesa, da acusação nem do promotor.

Durante o reinterrogatório, o promotor Henry Wagner de Castro repreendeu Lúcio Adolfo da Silva, advogado de Bruno, após o defensor fazer um comentário perto dos jurados.

“Não faça cena diante dos jurados! Não houve acordo”, afirmou Castro, negando que o reinterrogatório e a admissão de Bruno de que sabia da morte de Eliza foram fruto de um acordo entre defesa e acusação. Após o reinterrogatório, Adolfo da Silva afirmou que Bruno já disse o que sabia. "“O que falta Bruno falar? Ele já falou tudo."